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por Fernando Moreira de Souza
O Brasil tem explorado alternativas para viabilizar projetos voltados à extração de minerais críticos, fundamentais para a transição energética. O acesso a capital para esse segmento evidencia a necessidade de um ecossistema financeiro robusto e inovador, garantindo que o país aproveite seu potencial mineral e se posicione estrategicamente no mercado global.
Esse tema foi um dos destaques do Brazilian Mining Day, realizado durante a convenção PDAC (Prospectors & Developers Association of Canada). O evento, organizado pela Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), reuniu executivos do setor, representantes do governo e especialistas para discutir o financiamento de projetos minerais no Brasil.
Iniciativas para atrair investimentos
Um dos debates abordou a necessidade de desenvolver fontes de financiamento que atraiam investidores ao setor mineral. Luís Maurício Azevedo, presidente do Conselho da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), enfatizou que um ambiente de negócios favorável ao mercado de capitais é essencial para que empresas juniores de mineração consigam viabilizar seus projetos.
O governo também tem atuado para fortalecer o setor. O Secretário de Mineração do Ministério de Minas e Energia, Vitor Saback, destacou a proposta de criação das debêntures incentivadas, que está em consulta pública. Essa iniciativa pode representar uma alternativa relevante para a captação de recursos e o fortalecimento da mineração no país.
Já a Rede Colaborativa Invest Mining, coordenada por Miguel Nery, consultor da ABPM, tem buscado estimular o financiamento do setor mineral, aproximando projetos de potenciais investidores e promovendo a formulação de políticas públicas para facilitar o acesso ao crédito. Segundo Nery, um marco importante foi a realização do Invest Mining Summit 2024, em São Paulo, evento que estreitou a relação entre o setor financeiro e a mineração. A rede conta com a participação de entidades empresariais como ABPM, COMIN/CNI, ADIMB e IBRAM, além de instituições como B3, BNDES e ANM.
Expansão do mercado de capitais para mineração

Fernando de Andrade Mota, superintendente de Desenvolvimento de Mercado da B3
A estruturação do mercado de capitais voltado à mineração foi outro ponto de debate. Fernando de Andrade Mota, superintendente de Desenvolvimento de Mercado da B3, destacou as iniciativas da Bolsa para facilitar o acesso ao capital por empresas do setor. Ele ressaltou a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a B3 e a Bolsa de Valores de Toronto (TSX), em novembro de 2024. A parceria visa criar um segmento para junior companies, modelo já consolidado no Canadá e na Austrália, com potencial para ser replicado no Brasil.
O memorando representa um passo importante na adoção de práticas de listagem internacionalmente validadas, contribuindo para a estruturação do mercado de capitais mineral no país. A expectativa é transformar o Brasil em um hub de investimentos em mineração, especialmente para minerais estratégicos no contexto da transição energética.
Já Alfredo Santana, COO da Vale Base Metals, apresentou a visão da mineradora sobre a crescente demanda por minerais críticos no cenário global, destacando os desafios e oportunidades para novos investimentos. Além disso, Ricardo Fonseca, da Prisma Capital, abordou o papel dos fundos de investimento no financiamento da mineração, apresentando estratégias para captação de recursos e mitigação de riscos.
Com essas iniciativas, o Brasil busca consolidar seu mercado de capitais voltado ao setor mineral, atraindo investimentos e fortalecendo sua posição global na produção de minerais essenciais para a transição energética.