Durante a conferência do Pacto Global, Luiz Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), falou sobre desenvolvimento sustentável e novas tecnologias e o papel do Judiciário. Ele destacou desafios e oportunidades do país. Segundo o Barroso, o desenvolvimento sustentável, agrega as dimensões econômica, social e ambiental. Ele mencionou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que buscam integrar esses pilares e promover uma visão holística do desenvolvimento.
No que se refere ao meio ambiente, Barroso destacou a importância do Brasil como líder global em sustentabilidade, lembrando que a matriz energética limpa do país, com energias renováveis, como solar e eólica, é um diferencial. Destacou também o papel fundamental da Amazônia na preservação da biodiversidade e no ciclo das águas. Ele fez uma alerta contra o desmatamento, a mineração ilegal e a grilagem, que prejudicam o meio ambiente e a sustentabilidade do agronegócio.
Barroso citou o Índice de Progresso Social (IPS) como uma ferramenta recente para medir o desenvolvimento sustentável no país, focado na satisfação de necessidades básicas, bem-estar social e criação de oportunidades. O ministro considera o combate à fome, a prioridade número um do Brasil, dado que o país é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.
Sobre o crescimento econômico, ele observa que o Brasil teve um crescimento de 3% em 2023, mas ainda está abaixo do necessário para enfrentar os desafios de pobreza e desigualdade. Na área da educação, Barroso destacou a urgência de melhorar a qualidade do ensino básico, abordando problemas como alfabetização tardia, evasão escolar e déficit de aprendizado.
O ministro também criticou a baixa atratividade das carreiras de magistério, que impacta diretamente a qualidade do ensino. Sobre a saúde, ele elogiou o Sistema Único de Saúde (SUS), destacando-o como o maior projeto de inclusão social do Brasil, e relembra seu papel crucial durante a pandemia de COVID-19, apesar das dificuldades de gestão e subfinanciamento.
Caminho para o progresso
Barroso também comentou sobre a necessidade de investir em ciência e tecnologia, lembrando que as empresas mais valiosas do mundo hoje são as de tecnologia, como Google, Amazon e Apple, e não mais as indústrias tradicionais. Ele defendeu uma valorização da livre iniciativa, bem regulada e tributada de forma justa, como caminho para o progresso econômico e social.
Barroso disse ainda que a quarta revolução indústria é marcada pela inteligência artificial, biotecnologia, nanotecnologia e a internet das coisas. Ele falou dos benefícios dessas inovações, como a automação e avanços em medicina, educação e sistema de justiça, mas também advertiu sobre os riscos, como o impacto no mercado de trabalho, a desinformação e o uso de fake News que podem comprometer a confiança pública. Ele reforçou a necessidade de uma regulação eficaz para assegurar que essas tecnologias avancem em uma trilha ética.