Diretor-executivo Leonardo Prudente enfatizou integração com universidades, inovação em geofísica e projetos estratégicos em cobre, grafita, terras raras e ouro.

A Associação de Geólogos de Goiás (Agego) reuniu profissionais e pesquisadores em Goiânia, no dia 5 de dezembro, para debater os rumos dos minerais críticos no Brasil. Entre os destaques do evento, o diretor-executivo da Axía Mineração, Leonardo Prudente, apresentou a visão da empresa sobre gestão, inovação e o avanço de projetos considerados essenciais para a transição energética.
Prudente reforçou a importância da aproximação entre empresas e universidades, apontou a necessidade de novos modelos de gestão e detalhou iniciativas da Axía em cobre, ouro, grafita e terras raras, incluindo pesquisas conduzidas com apoio de professores e laboratórios da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Universidade de Brasília (UnB).
Ao tratar da relevância desses projetos no cenário global, ele explicou que não há uma padronização internacional sobre o que define um mineral crítico. Segundo Prudente, cada país formula sua própria lista com base nas necessidades industriais, na segurança energética e no grau de dependência de fornecedores externos.
Ele explicou que essa variação ocorre porque a demanda tecnológica e as vulnerabilidades econômicas mudam de acordo com o contexto de cada nação. Assim, um mineral pode ser considerado estratégico em um país, mas crítico em outro, a depender da importância econômica e da capacidade local de produção.
Para ilustrar essa diferença, Prudente citou o exemplo do nióbio. “O nióbio, para nós, não é crítico: é estratégico”, afirmou. Já para outros países, o mineral aparece como crítico “porque a maior parte da produção está no Brasil”, o que gera dependência e risco de abastecimento.
Unir gestão mineral à academia

Prudente sintetizou que o avanço da Axía se apoia tanto na inovação quanto no planejamento operacional. “É um modelo de gestão que tem metas, tem prazo, tem orçamento, tem começo, meio e fim”, afirmou, destacando a ligação entre organização interna e resultados eficientes
Prudente aponta que a Axía intensifica parcerias com universidades para superar a distância entre ciência e mineração
Ele também ressaltou que o setor mineral precisa reorganizar seus métodos para ganhar competitividade e reduzir o distanciamento histórico entre empresas e instituições científicas no país. Para o executivo, ainda faltam estruturas de cooperação mais consistentes. “Não vejo as empresas júnior em convênios e parcerias com universidades”, observou, defendendo a adoção de modelos de gestão mais sólidos
Segundo Prudente, a Axía tem buscado superar essa lacuna por meio de parcerias acadêmicas e aproximando seus projetos da pesquisa científica. Ele destacou que, no exterior, a integração é muito mais estruturada. “A gente vê fora do Brasil, principalmente nos Estados Unidos e no Canadá, como as empresas se conectam com a academia”, disse, ao apontar que o setor brasileiro ainda avança lentamente nesse processo.
A cooperação com universidades já rendeu frutos diretos para a Axía, que ampliou a formação de novos profissionais e fortaleceu a base técnica de seus projetos. Graças ao convênio firmado com a UFG e a UnB, estudantes envolvidos em pesquisas e trabalhos de conclusão de curso obtiveram bolsas, estágios e passaram a integrar a equipe de geólogos da empresa.
“A universidade tem agregado muito valor nesse trabalho que nós estamos fazendo”, afirmou o executivo. Ele acrescentou que a aquisição geofísica segue padrões internacionais, com apoio de pesquisadores experientes e especialistas na integração de dados, garantindo um diferencial técnico às operações.
Além das parcerias brasileiras, a Axía avança nas negociações para firmar, em 2026, um convênio de cooperação técnica com a Universidade Paris-Saclay, na França. A iniciativa aproxima a empresa de um dos ecossistemas de inovação mais avançados do mundo, por meio do Plugin Lab, que integra centros europeus de pesquisa. O espaço da Paris-Saclay reúne 65 mil estudantes, 16 mil pesquisadores, 305 laboratórios e figura como a 13ª melhor universidade global no ranking ARWU Shanghai 2025, com produção anual de 350 patentes e 10.500 publicações científicas.
Projetos em minerais críticos
Prudente apresentou o atual portfólio da Axía, composto por 22 áreas distribuídas entre Goiás e Tocantins. Segundo ele, os projetos estão focados exclusivamente em minerais críticos e estratégicos, além de ouro, refletindo a prioridade da empresa em setores de maior demanda tecnológica.













