A Agência Nacional de Mineração (ANM) emitiu uma ordem de interdição para três Pilhas de Estéril (PDE) na Mina de Fábrica Nova, operada pela Vale em Mariana, Minas Gerais.
A decisão veio após a mineradora não conseguir comprovar a estabilidade das estruturas que se encontram acima de uma barragem de rejeitos. O risco iminente resultou na evacuação dos moradores de Santa Rita Durão, distrito de Mariana.
Documentos obtidos pelo O TEMPO revelam que, de acordo com o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da mina, 295 pessoas estariam na Zona de Autossalvamento (ZAS).
A Chefe da Divisão de Fiscalização de Lavra de Minas Gerais, Luciana Cabral, assinou a ordem de interdição na última sexta-feira (10 de novembro). A ANM condicionou a desinterdição à apresentação de evidências que comprovem a estabilidade das Pilhas de Estéril mencionadas.
Em documentos adicionais, Luiz Paniago Neves, superintendente de Segurança de Barragens de Mineração da ANM, destacou a gravidade do problema, comparando-o a um incidente anterior que resultou em um deslizamento de pilha e afetou a BR-040.
A Defesa Civil de Mariana foi questionada sobre qualquer plano de evacuação para os residentes na ZAS, mas ainda não forneceu uma resposta. A Vale também foi contatada, mas até o momento não emitiu uma declaração.
O problema das Pilhas de Estéril da Vale em Mariana é conhecido há três anos, conforme relatórios produzidos em 2020, segundo o coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, coordenador estadual da Defesa Civil de Minas Gerais.
A ANM foi notificada pela mineradora recentemente, levando à decisão de interdição para evitar possíveis consequências prejudiciais.
Fonte: O Tempo