BELO HORIZONTE (Reuters) – A mineradora Anglo American já contratou os assessores financeiros para a venda de seus ativos de níquel em Goiás, e realiza ao longo de setembro uma apresentação do negócio para diversas empresas em âmbito global, afirmou nesta segunda-feira a presidente no Brasil, Ana Sanches.
Como parte do processo, a executiva pontuou que já tem um mapeamento “bem encaminhado” de potenciais interessados.
“Demos início ao processo de vendas… Já temos os assessores (financeiros), que já foram selecionados”, disse Sanches, a jornalistas, durante o congresso de mineração Exposibram 2024.
“Estamos agora conversando com empresas mundo afora, tem viagens agendadas já para locais estratégicos no exterior para… apresentar o projeto do níquel, como se fosse um ‘road show’.”
Os ativos à venda estão nas cidades de Barro Alto e Niquelândia, em Goiás, e produzem cerca de 38 mil toneladas de níquel por ano.
Mas Sanches pontuou que as vendas poderão incluir ativos exploratórios da companhia em outras localidades, dependendo de como avançarem as tratativas.
A executiva ponderou que o grupo Anglo American chegou a avaliar a paralisação dos ativos em Goiás, enquanto encaminhava o processo de venda. Entretanto, explicou que ficou decidido que isso não ocorrerá.
“É um negócio que opera muito bem, são ativos que têm ali um vínculo tão forte com a comunidade, com as pessoas, têm uma estabilidade operacional invejável e estão indo muito bem. Então a gente conseguiu uma aprovação do Grupo Anglo American de não ter a necessidade de paralisação.”
Sanches evitou cravar datas relacionadas ao cronograma de venda, mas adiantou ter a expectativa de que “não vai ser nada este ano”.
“Alguma coisa em 2025 e com um prazo aí, a depender dos ritmos de como isso vai avançar”, afirmou.
Sobre o minério de ferro, a executiva afirmou que a empresa vê o mercado sofrendo “um pouco mais” em 2025, mas com uma recuperação em longo prazo. “A dúvida é: qual é o longo prazo”, frisou.
De acordo com Sanches, os preços do minério de ferro são impactados por uma fraqueza do consumo do aço na China. Segundo a executiva, por mais que alguns setores da economia chinesa estejam se recuperando, como o setor de infraestrutura e o de manufatura, o setor de propriedades está puxando a demanda do aço para baixo.