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Por Ricardo Lima
A mineradora Aclara Resources Inc. anunciou uma atualização significativa da estimativa de recursos minerais do projeto Carina, seu principal ativo de argilas iônicas ricas em terras raras, localizado em Goiás. O novo levantamento indica 236 milhões de toneladas de recursos minerais classificados como “indicados” e 48 milhões de toneladas como “inferidos”, marcando uma mudança substancial em relação ao relatório anterior, que totalizava 297 milhões de toneladas apenas na categoria inferida.
O avanço foi possível graças a uma campanha de 24.564 metros de perfuração distribuídos em 1.682 furos, representando um aumento de 500% na base de dados em comparação ao estudo de 2024. Com isso, 79% dos recursos antes classificados como inferidos foram elevados para a categoria indicada, fortalecendo a base técnica do estudo de pré-viabilidade (PFS), que deve ser concluído nas próximas semanas.
Depósito confiável de terras raras pesadas
De acordo com a empresa, as amostras coletadas mostraram teores consistentes de elementos magnéticos de terras raras, como dysprósio (42,7 ppm), térbio (6,8 ppm) e neodímio-praseodímio (292,6 ppm) — resultados semelhantes aos obtidos na campanha anterior, mas com maior confiabilidade geológica. Ao todo, 14 mil amostras foram analisadas, oferecendo um detalhamento geoquímico sem precedentes sobre o comportamento metalúrgico do depósito.
O diretor de operações (COO) da Aclara, Hugh Broadhurst, explicou que o novo modelo de recursos marca um passo importante para o projeto.
“Após uma grande campanha de perfuração, conseguimos converter a maioria dos nossos recursos inferidos em recursos indicados. Esse é um passo essencial para avaliarmos essas reservas quando concluirmos o estudo de pré-viabilidade nas próximas semanas”, afirmou Broadhurst.
Ele destacou que os resultados reforçam a qualidade e a continuidade do depósito, ao mesmo tempo em que ampliam a compreensão técnica sobre o projeto.
“Os teores de terras raras pesadas e leves continuam sólidos, a tonelagem é consistente e nosso conhecimento sobre o Carina avançou consideravelmente, com uma base de dados de mais de 10 mil pontos. Essa base será fundamental para otimizar o plano de mina, reduzir custos e garantir uma operação eficiente no futuro.”
Hugh Broadhurst – COO da Aclara
Próximos passos
A Aclara informou que o estudo de pré-viabilidade (PFS) será entregue em até 45 dias e que a análise de viabilidade definitiva (feasibility study) deve ser concluída no segundo trimestre de 2026. Esses marcos, segundo a companhia, serão decisivos para liberar o potencial econômico do projeto Carina, considerado um dos principais depósitos de terras raras pesadas em desenvolvimento no país.