O setor de exploração mineral no Brasil atravessa um momento de grandes oportunidades, impulsionado pela transição energética global. Com a crescente demanda por minerais essenciais para tecnologias limpas, o país se destaca pelo vasto potencial de exploração e pelas novas estratégias de investimento e inovação no setor.
Essa é a avaliação do Jazida.com que apresentou durante Encontro de Executivos do Setor Mineral palestra sobre exploração mineral, mostrando os desafios e oportunidades que o setor mineral brasileiro oferece na Era da Transição Energética.
Jazida.com: Inovação na Gestão Minerária
O Jazida.com é uma plataforma especializada na gestão de direitos minerários que integra tecnologia de ponta para auxiliar mineradores e consultores. A plataforma oferece funcionalidades para monitoramento de prazos, gestão de licenças e identificação de oportunidades de negócios. Além disso, ela centraliza documentos, notificações e dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), fornecendo também ferramentas para mapeamento de áreas livres e controle de licenças ambientais. Essas funcionalidades garantem uma visão mais completa e segura das operações, reduzindo riscos e facilitando a tomada de decisões.
Evolução da Exploração Mineral no Brasil
Durante o evento, Vinicius Ferreira, cofundador do Jazida.com, destacou a evolução da exploração mineral no Brasil nas últimas décadas e os efeitos dos ciclos econômicos globais sobre o setor. Entre 1997 e 2023, foram registrados cerca de 128 mil processos minerários voltados para metais ferrosos e não ferrosos — minerais essenciais à transição energética. Desse total, aproximadamente 5 mil resultaram em descobertas relevantes. “Com uma taxa de sucesso de 4%, a mineração no Brasil demonstra a alta capacidade técnica dos profissionais locais”, afirmou Ferreira.
“Esses dados refletem os desafios impostos pelos ciclos econômicos globais, como o impacto da crise financeira de 2008 e a recente desaceleração devido à pandemia da COVID-19. O setor, porém, se mantém resiliente, com destaque para o investimento estrangeiro, que continua a ser um motor crucial para o desenvolvimento mineral”, destaca Vinicius Ferreira.
Apesar do sucesso, Ferreira apontou que parte do conhecimento geológico produzido pelo setor privado permanece restrito, limitando o avanço da mineração. “Precisamos desbloquear esse conhecimento, compartilhando dados essenciais de forma estratégica, sem comprometer a competitividade das empresas, para fomentar novas descobertas e investimentos”, observou Ferreira.
A busca por uma matriz energética mais sustentável está redefinindo o futuro da exploração mineral, avalia o executivo do Jazida.com. Segundo Ferreira, podemos estar vivenciando a retomada de um super ciclo das commodities, assim como foi observado entre 2003 e 2013, desta vez, tracionados pelos minerais de transição energética, mais especificamente, a necessidade de minerais como lítio, cobre, cobalto e terras-raras, utilizados em baterias e outras tecnologias renováveis, tornando o Brasil um player estratégico.
Nesse cenário, o uso de novas tecnologias, incluindo a análise avançada de dados, surge como um diferencial para identificar os projetos com maior potencial de atração de investimentos e desenvolvimento acelerado. “Estamos no centro de uma nova era para as commodities de transição energética, e a capacidade do Brasil de fornecer esses recursos, somada ao uso de tecnologias inovadoras, como a análise avançada de dados, permitirá identificar projetos com potencial de investimento acelerado”, explicou Ferreira.
Das 5mil descobertas feitas nas últimas décadas, cerca de 4 mil aguardam financiamento, novas tecnologias ou um mercado mais adequado para avançar. Para se ter uma noção do quanto isso pode impactar na balança comercial, as 1mil descobertas que já iniciaram suas operações foram responsáveis por um valor estimado de R$ 5,7 bilhões em Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). “Podemos estar falando de um potencial bloqueado da ordem de 4x esse montante”, pondera o executivo do Jazida.com.
Ciclo de Vida dos Projetos Minerais
Ferreira falou também sobre o ciclo de vida dos projetos minerais, que abrange desde a fase de descoberta até a produção, que segundo ele, é marcado por um elevado risco financeiro e de exploração, especialmente em áreas de “greenfield”, onde os riscos de financiamento são mais altos. A tecnologia permite uma avaliação mais precisa das oportunidades e transforma a forma como decisões estratégicas são tomadas ao longo do ciclo de vida dos projetos”, observou. “A inovação é, sem dúvida, o fator que diferencia projetos de sucesso daqueles que enfrentam barreiras intransponíveis”.
Desafios e Oportunidades à Frente
Um dos maiores desafios identificados por Ferreira é a dificuldade em acessar dados sobre projetos que carecem de financiamento, o que restringe a visão clara do potencial mineral do país. “Precisamos reunir uma pequena amostra de dados de cada projeto de maneira estratégica e compartilhá-los de forma controlada para permitir que investidores identifiquem projetos prontos para receber aportes”, destacou.
Para o executivo do Jazida.com um dos principais desafios para o setor no Brasil é reunir dados minimamente necessários sobre os projetos que estão órfãos de investimentos para dar ao país uma noção real sobre quais projetos estão postos na prateleira e aptos a receberem investimentos.
“Em muitos casos, os mineradores podem não estar cientes de que há opções de financiamento disponíveis que podem evitar a necessidade de investir capital próprio para desenvolver um projeto. Hoje, existem fundos específicos que financiam empreendimentos em troca do fornecimento futuro de bens minerais. Isso cria uma oportunidade onde o minerador pode contar com uma rede já estabelecida de fornecedores e consumidores, permitindo que projetos avancem para a fase de lavra com mais segurança e viabilidade”, explica.
Ferreira destaca que o uso de tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, aplicadas a um conjunto de dados essenciais fornecidos pelos empreendedores, sem comprometer a segurança dos projetos, abre novas portas para o conceito de OpenMining. “Essa abordagem permite que áreas minerárias sejam identificadas de forma mais eficiente, ampliando as possibilidades de conexão entre mineradores e investidores, além de reduzir incertezas no processo. “Essa abordagem visa desbloquear áreas minerárias, criando novas oportunidades de investimento e acelerando o processo de viabilização dos projetos”, disse Ferreira.
Ele destacou projetos avançados, como o Projeto Piauí (com reservas de minério de ferro, titânio, fosfato e vanádio) e o Projeto Nazareno, em Itutinga-MG, exemplos de iniciativas em que os empreendedores divulgam informações relevantes de forma pública, sem comprometer a segurança.
Ferreira conta que a Inteligência Artificial será capaz de identificar projetos que estão livres de interferências com áreas de restrição e que estão em acordo com práticas sustentáveis. A aplicação de tecnologia vai garantir a segurança jurídica dos direitos minerários e apontar projetos aptos a receber investimentos. “A aplicação de tecnologias sobre dados tem potencial de transformar o cenário mineral do país, acelerando a viabilização de depósitos já descobertos e que são buscados pelo mercado consumidor”.
“Com uma oferta abundante de minerais e novas tecnologias impulsionando a exploração, o Brasil está bem posicionado para se beneficiar da crescente demanda global por minerais estratégicos, essenciais para a transição energética e a economia de baixo carbono”, avalia Ferreira.
Para saber mais acesse: www.jazida.com
