Um grupo global de produtores de energia, consumidores e instituições financeiras alertou que o rápido crescimento da demanda resultante da transição energética pode levar à escassez de diversos metais na próxima década, a menos que haja um aumento significativo nos investimentos.
De acordo com a Comissão de Transições Energéticas (ETC) em um relatório, grandes lacunas na oferta de lítio, níquel, grafite, cobalto, neodímio e cobre podem resultar em preços mais altos e atrasar a meta de atingir emissões líquidas zero até 2050.
Para evitar a escassez, as minas precisam aumentar sua produção, porém, projetos de mineração em grande escala podem levar até 20 anos para entrar em operação. A última década foi marcada pela falta de investimento em exploração e produção desses metais, segundo a ETC.
Escassez de metais
O investimento anual de capital em metais de transição de energia tem sido em média de US$ 45 bilhões nas últimas duas décadas, mas a ETC estima que serão necessários US$ 70 bilhões por ano até 2030 para expandir a oferta. Para enfrentar esse desafio, a comissão ressalta que governos, reguladores, produtores e consumidores devem trabalhar juntos para aumentar a reciclagem, melhorar a eficiência dos materiais, investir em novas minas e regulamentar os padrões ambientais e sociais.
A transição energética exigirá a produção de até 6,5 bilhões de toneladas de materiais cumulativamente entre 2022 e 2050, com aço, cobre e alumínio respondendo por 95% dessa demanda, de acordo com a ETC. A previsão leva em conta uma implantação agressiva de tecnologias de energia limpa para a descarbonização global e tendências recentes de reciclagem e uso de materiais.
Entretanto, o relatório destaca que se os investidores conseguirem acelerar o progresso em tecnologia, eficiência e reciclagem de materiais de energia limpa, a necessidade cumulativa de novos suprimentos das minas poderia diminuir entre 20% e 60%.