por Fernando Moreira de Souza
Marco Antônio Lage, prefeito reeleito em Itabira irá assumir a presidência da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig)
O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB) tomou posse como presidente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), entidade que reúne quase 60 cidades mineradoras. O objetivo de Lage é atrair a atenção para o município e promover a diversificação econômica da região, obtendo compensação financeira mais adequada diante dos impactos gerados pela atividade da mineração.
Em 16 anos Itabira vai atingir a sua exaustão mineral, atividade responsável por 80% de sua economia direta e indireta, e os gestores da Região do Quadrilátero Ferrífero terão a responsabilidade de executar um processo de transição muito complexo. O novo presidente da Amig precisará fazer uma robusta defesa dos interessas da cidades sócias, Lage possui vasto conhecimento em comunicação e vai usar esse conhecimento para se comunicar de forma objetiva, trazendo a sociedade para debater as questões em torno da mineração, além das questões que envolvem a segurança e meio ambiente no setor da minerário.
Lage defende um novo olhar sobre os territórios mineradores, que na maior parte são formados por cidades históricas que são fortemente impactadas, bastante dependentes do setor que tem uma duração muito efêmera, por isso luta para que haja diversificação econômica e maior compensação para esses municípios quando as operações de mineração acabam.

“Itabira é um retrato da realidade da mineração no Brasil. Fomos o primeiro território minerador do país, há 83 anos, quando a Vale nasceu em Itabira pelas mãos do governo Getúlio Vargas. Após 83 anos, Itabira é uma cidade que 80% da sua economia – direta e indireta – depende de uma única empresa, a Vale, e de um único setor, que é a mineração, que agora já anuncia a exaustão mineral e a cidade não tem alternativa para sobreviver depois disso. Nós temos apenas 16 anos para poder reinventar e promover uma transição dificílima, porque essas questões nunca foram observadas”, disse Lagem em entrevista para o jornal Estado de Minas.
Para Lage, a mineração é agressiva ao meio ambiente e considera dois temas como fundamentais: os recursos hídricos utilizados na mineração geram escassez e é urgente a necessidade de um planejamento; outra preocupação é a qualidade do ar, já que municípios como Congonhas e Itabira estão praticamente dentro da mina e pó de minério é muito agressivo à qualidade de vida. A qualidade do ar deve ser medida por meios estratégicos e tecnológicos.