Moradores de Congonhas, no estado de Minas Gerais, expressaram forte oposição ao complexo de minério de ferro Casa de Pedra da CSN Mineração, alegando falta de diálogo sobre os impactos ambientais e riscos à segurança.
O início da produção desse importante projeto de minério de ferro no Brasil está previsto para o quarto trimestre de 2025, com capacidade de 15 milhões de toneladas por ano.
Preocupações com a Barragem: Uma das principais preocupações dos moradores é a proximidade da barragem de rejeitos da mina com a área urbana. Nos últimos anos, Minas Gerais vivenciou desastres causados pelo rompimento de barragens de rejeitos, em 2015 e 2019, que resultaram em mortes e sérios danos ambientais. No entanto, essas barragens não pertenciam à CSN.
Diálogo com a Empresa: Representantes da sociedade civil e autoridades municipais buscaram discutir as preocupações com o complexo junto a deputados na Assembleia Estadual. No entanto, a empresa CSN não enviou representantes para participar das discussões. A CSN justificou sua ausência alegando que, como empresa de capital aberto, é obrigada a divulgar informações aos investidores, independentemente do diálogo direto.
Riscos à Comunidade: Lucas Henrique Nicolau Paiva, representante do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), destacou o temor da comunidade diante dos riscos potenciais, afirmando que “estamos falando da possibilidade de 70 metros de lama no centro, com mais de 15 mil pessoas em risco de morte”.
Poeira e Impactos Ambientais: Além das preocupações com as barragens, os moradores também levantaram questões sobre a poeira gerada pela combinação de tempo seco, ventos e rejeitos de mineração na região. Empresas como CSN, Vale, Gerdau e Ferrous operam um total de 24 barragens de rejeitos nas proximidades de Congonhas.
Investimentos da CSN Mineração: No entanto, a CSN Mineração anunciou recentemente investimentos significativos de R$ 13,8 bilhões (US$ 2,77 bilhões) para o período de 2023 a 2027, grande parte dos quais será direcionada para o projeto Casa de Pedra, aumentando ainda mais as preocupações e a necessidade de um diálogo aberto com a comunidade local.