Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
por Fernando Moreira de Souza
Reportagem de Renan Dantas, no Money Times, informa que a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), controlada pela Votorantim, recebeu uma nova recomendação de compra, a terceira em um curto período. Dessa vez, a análise positiva veio do BTG Pactual, que elevou sua classificação de neutra para compra e definiu um preço-alvo de R$ 8, o que sugere um potencial de valorização de 64% em relação ao último fechamento.
Segundo o relatório do banco, após mais de um ano mantendo a recomendação neutra devido a preocupações com a alavancagem, a instituição agora demonstra maior confiança na solidez financeira da mineradora. A projeção é que a alavancagem caia para 2,0x até o fim de 2025, impulsionada por um fluxo de caixa livre robusto.
O BTG também estima um retorno de 14% para a CBA, o mais alto entre as empresas que cobre, já que a maioria apresenta retorno próximo a 10% ou inferior. Além disso, as operações da companhia demonstram estabilidade, com demanda consistente e investimentos controlados.
Os analistas do BTG ressaltam que a CBA enfrentou um cenário desafiador em 2023, marcado por preços mais baixos no mercado de Londres (LME), chegando a aproximadamente US$ 2.200 por tonelada, aumento dos custos de insumos e dificuldades operacionais nas fundições devido a problemas no fornecimento de coque.
Desde então, a empresa conseguiu estabilizar sua produção e implementar um programa sólido de gestão de passivos e venda de ativos. Um exemplo foi a alienação da participação na Alunorte no ano passado, que rendeu R$ 237 milhões. No quarto trimestre, a alavancagem já havia recuado para 2,8x, e a tendência de queda deve se manter ao longo de 2024.
Outro fator que contribuirá para essa melhora financeira é a reprecificação da dívida em dólar. Com a recente desvalorização da moeda norte-americana e 80% da dívida da CBA atrelada ao dólar, a expectativa é que a empresa continue reduzindo seu endividamento e fortalecendo sua posição financeira.
O BTG não é o único a demonstrar otimismo com a CBA. O Itaú BBA, na semana anterior, também elevou sua recomendação para compra, com preço-alvo de R$ 7. A instituição apontou que o desempenho fraco das ações criou uma oportunidade atrativa de risco e retorno. Além disso, revisou sua projeção para o Ebitda consolidado de 2025, aumentando-a em 11%, para R$ 1,6 bilhão, impulsionado por uma visão menos conservadora sobre os custos e uma ligeira elevação nos preços do alumínio.
O UBS BB, por sua vez, iniciou a cobertura do setor de metais e mineração, incluindo empresas como CSN, Gerdau e Vale, mas a única ação que recebeu recomendação de compra foi a CBAV3. O relatório destacou que a companhia deve se beneficiar da alta do alumínio e da desvalorização do real, sendo uma das empresas mais expostas à variação cambial.
Já o Banco Safra reduziu o preço-alvo da ação de R$ 8,5 para R$ 7,8, mas manteve a recomendação de compra. Os analistas projetam um Ebitda de R$ 1,67 bilhão, o que representaria um crescimento de 21% no ano, além de um rendimento de fluxo de caixa de 14%. Com a alavancagem em níveis mais confortáveis, entre 1x e 1,5x, há expectativas de que a companhia retome o pagamento de dividendos, fortalecendo sua atratividade para investidores.