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Por Ricardo Lima
A Rede Investe Mining realizou na sede do escritório Tozzini Freire Advogados, em São Paulo, nesta semana, a segunda edição do Invest Mining Talks. O evento reuniu um seleto grupo executivos do setor de mineração, do mercado financeiro e representantes do governo para discutir licenciamento ambiental, política de minerais estratégicos e os desafios que o setor enfrenta para captar recursos no mercado.
A iniciativa busca estimular o intercâmbio entre setores e a construção de uma visão integrada sobre os caminhos possíveis para atrair capital privado em projetos de mineração na fase inicial ou de expansão.
Oswaldo Dalla Torre (Tozzini Freire) e Ricardo Fonseca (Prisma Capital) moderaram o painel sobre licenciamento ambiental e política de minerais estratégicos, que teve palestra de Anderson Arruda, diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral da Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME. Arruda defendeu o projeto de Lei Geral de Licenciamento aprovado pela Congresso Nacional em vias de sanção presidencial. Ele explicou que o texto traz previsibilidade e vai contribuir para atrair novos investimentos.
Arruda comentou sobre a política de minerais críticos e estratégicos que está sendo elaborada pelo MME. Segundo ele, o assunto “escalou dentro do governo” E que o momento se revela como uma janela de oportunidade para se criar uma política “audaciosa”. Arruda disse que a expectativa é que o lançamento da política ocorra no segundo semestre. Ele adiantou alguns pontos que estão sendo debatidos no governo, como incentivos para financiamento da pesquisa mineral e transformação mineral.
Marcelo Carvalho diretor da Meteoric Resources destacou a importância de uma política para incentivar o setor. Ela citou o promissor mercado de terras raras, destacando que o país tem potencial para produzir 25% da demanda mundial. Carvalho explicou que a China produz 70% do minério de terras raras no mundo e 90% da escala industrial, como imãs de terras raras utilizados em motores elétricos, turbinas eólicas e equipamentos robóticos e de defesa.

Marcelo Carvalho diretor da Meteoric Resources destacou que o país tem potencial para produzir 25% da demanda mundial de terras raras.
Carvalho destacou a decisão do governo chines de restringir a exportação que exportação de tecnologia de terras raras, incluindo metais e ímãs de terras raras, como parte de um controle mais amplo sobre esses materiais estratégicos. “Hoje o mundo ocidental depende de um mercado sólido”, disse, acrescentando que existe uma urgência de diversificação de mercado. “Essa é a grande oportunidade que a gente tem aqui no Brasil. Podemos criar um mercado novo de terras raras, de toda a cadeia ocidental e de forma sustentável”.
A agenda incluiu ainda a apresentação de Leonardo Resende, superintendente de relacionamento com empresas da B3, que falou sobre o papel do mercado de capitais no setor mineral. A apresentação da B3 foi seguida por uma mesa redonda com bancos, moderada por Rafael Marchi (Alvarez & Marsal), abordando os principais desafios enfrentados pela mineração no ambiente financeiro.

O grande desafio do setor é atrair investimentos do mercado financeiro, avaliam especialistas durante o encontro.
Resende comentou sobre uma consulta que a B3 conduziu com agentes do mercado, financiamento do setor de mineração através do mercado de capitais. Segundo Resende, a B3 compreende que é uma tendência no setor mineral brasileiro se utilizar mercados de capitais internacionais para se financiar e a consulta busca justamente traçar um caminho para o desenvolvimento de soluções para o mercado de capitais brasileiro e o setor de mineração.
O executivo da B3 citou que o potencial da mineração é enorme diversos projetos e centenas de empresas atuando no Brasil. “O setor de mineração tem diversos pontos de financiamento, mas um exemplo é do passivo bancário, menos de 1%, do crédito bancário é direcionado para a mineração”. Resende frisou que o mercado de capitais brasileiro ainda não é uma fonte de financiamento de projetos de mineração no país. “É aí que entra a necessidade de desenvolvimento para a gente construir esse caminho”.
Com participação de 40 representantes do mercado financeiro, dentre eles, BNDES, B3, Itaú BBA, Santander, Goldman Sachs, Broaden capital, Jubarte Capital Hogan Lovells, Prisma Capital, Safra, XP Asset, Aviv Capital Resource, Santander, RGS Partners, Bradesco BBI, RGS Partners, Strato Gestão de Ativos, Regia Capital e Lazard; além de empresas como a Meteoric Resources, Frontera Minerals Mineração Abdala ,LHG Mining, St George Mining e Geosol, e entidades do empresariado da mineraçãso como ABPM, ADIMB e IBRAM, o encontro reforçou a importância da integração entre o setor produtivo, o mercado de investimentos e a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da mineração no Brasil.