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Por Ricardo Lima
A mineração brasileira pode estar prestes a entrar em uma nova era, marcada por inovação e responsabilidade ambiental. Um programa internacional liderado pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, está conectando o setor a soluções baseadas em inteligência artificial — e o Brasil tem um papel-chave nesse movimento. Informações reveladas pelo O Tempo.
O centro de inovação Mineral-X, voltado à pesquisa em minerais estratégicos, nomeou recentemente o empreendedor Gustavo Roque como representante oficial da iniciativa no país. A escolha reforça a importância do Brasil em um cenário de demanda crescente por lítio, níquel e cobre, fundamentais para a transição energética global.
Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), os investimentos no setor devem alcançar R$ 70 bilhões entre 2025 e 2029, o que representa um crescimento de 6,6% em comparação com o ciclo anterior. A movimentação não é motivada apenas pelo valor das commodities, mas pela busca por soluções mais sustentáveis e eficientes.
IA aplicada à descoberta mineral
A proposta do Mineral-X é conectar empresas brasileiras de mineração a um ecossistema global de pesquisa, tecnologia e inovação. Para isso, o centro conta com ferramentas de inteligência artificial capazes de acelerar a identificação de novos depósitos, otimizar processos e mitigar impactos ambientais.
Roque destaca que o trabalho do centro já apresenta resultados significativos. Ele afirma: “Esses casos exemplificam o compromisso do Mineral-X em aplicar metodologias sofisticadas de IA para transformar os processos de descoberta mineral — tornando-os mais rápidos, econômicos e inteligentes.” Ele se refere a experiências recentes conduzidas pela instituição com apoio técnico de empresas internacionais e brasileiras.
Na Zâmbia, por exemplo, uma parceria com a KoBold Metals levou ao desenvolvimento de um planejador sequencial inteligente que acelerou a definição de áreas de perfuração, facilitando a descoberta de um importante depósito de cobre. No Brasil, a Ero Copper também se beneficiou da iniciativa, reduzindo custos e aumentando a produtividade com o uso de análise de dados orientada por IA.
Trajetória nacional e internacional
Responsável por representar o Mineral-X no Brasil, Gustavo Roque é um nome conhecido no setor. Ele é cofundador do Mining Hub, primeira plataforma de inovação aberta da mineração nacional, e atua no desenvolvimento de estratégias para o período de encerramento das minas — a chamada “pós-mineração” — integrando objetivos sociais e ambientais ao planejamento empresarial.
A expectativa agora é que a nomeação de Roque fortaleça as conexões entre o Brasil e os centros de excelência tecnológica no exterior. De acordo com o projeto, empresas nacionais poderão participar de forma independente ou em consórcios, com acesso ao suporte técnico de um dos polos mais avançados em inovação mineral do mundo.
Ao aliar tecnologia de ponta à responsabilidade socioambiental, o Mineral-X aponta caminhos para uma mineração mais eficiente, moderna e comprometida com o futuro.