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Por Ricardo Lima
O setor mineral brasileiro registrou um faturamento de R$ 76,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A principal fonte de receita foi o minério de ferro, responsável por R$ 39,8 bilhões, alta de 27% na comparação anual.
Entre os estados, Minas Gerais liderou com R$ 30 bilhões em faturamento, seguido por Pará (R$ 26,5 bilhões) e Goiás (R$ 3,4 bilhões). A arrecadação de impostos e tributos do setor subiu 34,4%, totalizando R$ 26,3 bilhões, enquanto a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) permaneceu estável em R$ 2 bilhões.
68 bilhões de dólares em investimentos até 2029
Os investimentos previstos para o setor mineral no período de 2025 a 2029 somam US$ 68,4 bilhões, o que representa um aumento de 6,6% em comparação aos US$ 64,5 bilhões projetados para 2024 a 2028. Entre os destaques, estão os projetos de extração de ouro, com elevação de 39,3% (US$ 2,1 bilhões), e de terras raras, que totalizam US$ 2,2 bilhões, avanço de 49%.
O Ibram enfatizou ainda os investimentos em minerais críticos, que devem alcançar US$ 18,45 bilhões até 2029. “Minerais críticos são estratégicos para a segurança alimentar, a produção de semicondutores e a defesa nacional. A demanda por alguns deles pode crescer até seis vezes nas próximas décadas”, ressaltou Raul Jungmann, diretor-presidente do instituto.
O vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo, destacou a relevância estratégica dos minerais críticos no cenário internacional. Segundo ele, o potencial brasileiro nesse campo ultrapassa o aspecto econômico e assume papel central nas relações entre países. “No meu ponto de vista, é um ativo geopolítico que o Brasil tem”, afirmou Azevedo, ao reforçar que a diversidade mineral nacional pode se tornar um diferencial competitivo nas próximas décadas.
Exportações crescem e saldo comercial aumenta
As exportações minerais do Brasil somaram 121 milhões de toneladas no terceiro trimestre, alta de 6,2% em volume e de 9% em valor, chegando a US$ 12,2 bilhões. O minério de ferro representou a maior parte dos embarques, com 117,5 milhões de toneladas, aumento de 6,5%, embora o valor exportado tenha recuado 0,8%, para US$ 7,7 bilhões.
O ouro teve destaque no período, com crescimento de 58% no faturamento, alcançando R$ 9,6 bilhões, enquanto o cobre registrou avanço de 85%, chegando a R$ 7,3 bilhões. O desempenho foi favorecido pelo período seco, que ampliou a produção, sobretudo nas minas de ferro a céu aberto. “O preço do ouro também influenciou bastante no aumento do faturamento”, afirmou Julio Nery, diretor de Assuntos Minerários do Ibram.
As importações minerais cresceram 3,3%, totalizando US$ 2,5 bilhões, mesmo com queda de 4,2% no volume importado, de 11 milhões de toneladas. O saldo da balança comercial mineral fechou o trimestre em US$ 9,64 bilhões, alta de 10,5% frente ao mesmo período de 2024.
A China foi o principal destino das exportações, recebendo 69,3% do volume embarcado. As importações tiveram como principais origens Estados Unidos (20,8%), Rússia (19,3%), Canadá (14,3%) e Austrália (11,4%).
No mercado internacional, o ouro valorizou 39,5% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. Já o minério de ferro teve leve alta de 1,2%, enquanto o cobre subiu 6,4% e o alumínio, 9,8%.













