“Falta engajamento da indústria para desenvolver tecnologia mineral no país”. Essa avaliação á da professora da UFMG Maria José Salum, que integra o comitê de ESG da Sigma Lithium, durante encontro que reuniu especialistas em ciência, Tecnologia e Inovação. Eles apontam como solução para enfrentar o problema, a criação de uma rede permanente público privada de inovação tecnológica para difusão de tecnologia na cadeia produtiva da mineração.
Maria José Salum apresentou um panorama das competências em tecnologia mineral no país. Ela destacou que a demanda por minerais, principalmente, aqueles voltados para transição energética e as exigências socioambientais demandam soluções criativas de pesquisa, tecnologia e inovação.
Ela acredita que para a inovar é preciso ambiente apropriado. “Inovação exige um pensar fora da caixa. Ou seja, depende de um ambiente fértil, mais propício para que ideias inovadoras anteveja problemas do futuro,” disse.
Segunda a pesquisadora é importante que as empresas trabalhem em parceria com os centros de pesquisa refletindo sobre problemas e antevendo as dificuldades que serão cada vez maiores em relação por exemplo, a complexidade dos minérios e questões ambientais.
É preciso uma visão holística para entender a necessidade da indústria e oferecer soluções inovadoras. Maria destacou que no Brasil existe apenas 18 centros de Tecnologia Mineral, universidades, enquanto na Austrália são 26 centros. É que é necessária uma parceria com a indústria para atrair investimentos nos centros de pesquisa no país.
“Esse evento vem para fomentar essa discussão. Eu até trouxe como referência que em outros países, essa pesquisa, que é um pouco mais de longo prazo, é financiada pela indústria. Isso não ocorre no Brasil. Falta um engajamento da indústria para desenvolver a tecnologia mineral. Eu queria que um dia a indústria mineral fosse um Google, uma IBM, que põe cérebros para pensar, para inovar, nós vamos precisar disso,” avalia Maria José.
A solução para enfrentar o problema definida pelos especialistas foi a criação de um grupo de trabalho que vai fazer um diagnóstico de toda a competência que existe no país. O passo seguinte é a organização de uma rede para articular as diversas instituições que atuam em ciência, tecnologia e inovação para o setor mineral.
O encontro de Competências de Tecnologia Mineral e Inovação busca mapear capacidades, identificar desafios e explorar oportunidades para maximizar a agregação de valor ao Patrimônio Mineral Brasileiro, promovendo a verticalização da indústria de base mineral para posicionar o país de forma competitiva no cenário global. O evento reuniu em Goiânia, especialistas na área de tecnologia mineral dos setores acadêmicos, governamentais e empresariais.