Quando falamos que o setor de transporte tem suas peculiaridades, não é exagero. Um deles é o caminhão de mineração. Na atividade minerária, dependendo da infraestrutura da própria mina, não é possível usar aqueles famosos caminhões gigantes e o serviço fica a cargo de modelos “menores” ou comuns.
Para otimizar o tempo e agilizar o todo o processo de transporte, algumas empresas convertem caminhões em verdadeiros monstros e aumentam sua capacidade de carga. A razão é simples: otimizar a operação com mais carga e menos carros circulando no campo de extração. Confira alguns desses “baixinhos” que não deixam nada a desejar para as jamantas.
5 – GINAF 10×6 – Até 70 toneladas
Para iniciar, vamos com a GINAF, uma empresa holandesa especializada em transformar e adaptar caminhões para diversas aplicações. Além dos produtos sob encomenda, ela conta com uma divisão chamada GINAF Mining que oferece o HD5395TS.
Esse pesado conta com configuração 10×6, ou seja, são 5 eixos (ou 10 pontos de apoio) e tração em 3 eixos (em 6 rodas). No total, o modelo tem 16 pneus especialmente desenvolvidos para mineração. Já o motor é um Cummins QSX15 de 610 cv. O chassi também foi especialmente desenvolvido para suportar todo o peso. Outro diferencial é que todos os acessórios e demais componentes são parafusados no chassi, nada de soldas, o que deixa a manutenção mais rápida.
Quem conhece de caminhão deve ter notado que ele utiliza uma cabine Ford Cargo. Trata-se de uma estratégia da GINAF já que a substituição de componentes é mais fácil pelo vasto mercado que a Ford opera. Um fato curioso: Um lote desse caminhão chegou a ser importado para o Brasil e é amplamente utilizado. Duas unidades estão “abandonadas” em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.
4 – Bas Mining Truck (Volvo FH 16 12×6 Tipper) – Até 75 toneladas
De forma parecida com a GINAF, a Bas Mining Truck é uma empresa que transforma caminhões para operações severas. Dentre os seus modelos, ela oferta o Volvo FH16 12×6, um caminhão de mineração que pode carregar até 75 toneladas de carga líquida, com até 104 toneladas de PBTC (Peso Bruto Total Combinado).
O FH16 12×6 é um caminhão de mineração que tem tração em 3 eixos. Curiosamente, o terceiro eixo conta com o diferencial, mas também é direcional. Na verdade o modelo possui 4 eixos direcionais, sendo eles o 1,2,3 e 6ª eixo. Já na parte de motor, o modelo conta com o motor Volvo D16K Euro 6 de 550 ou 750 cv. Já a caixa de marchas é a I-Shift ATO 3512E Overdrive, essa com calibragem especialmente para operações de peso.
As 75 toneladas, dependendo da densidade do material que vai ser carregado, é alocado em sua pequena báscula de 37,5 m². E para empurrar ou transportar todo esse peso, o modelo, segundo a Bas Mining, pode beber de 20 a 30 litros de diesel por hora. Para quem ficou curioso, segue o vídeo de lançamento do modelo.
3 – Caminhão de mineração Scania Heavy Tipper 10×4/6 – Até 55 toneladas
Lançado para o mercado brasileiro durante a pandemia, o Scania G540 10×4/6 XT se destaca por ser o único 10×4 da indústria nacional. O modelo é equipado com motor de 540 cv e 270 kgfm de torque. Ele ainda conta com a tecnologia XPI de injeção de combustível em alta pressão.
Junto ao motor, o Heavy Tipper é atrelado ao câmbio Opticruise (modelo GRSO935R) de 14 velocidades e conta com o modo off-road que faz “o propulsor girar em rotações mais amplas” de acordo com a montadora. O modelo que conta com cinco eixos, sendo três direcionais. Ele pode chegar a ter um peso bruto total de 69 toneladas, graças ao bogie traseiro (capacidade nominal de 36 t) e eixos direcionais (11 t cada um) e relação do cubo redutor de 7.63. Tudo isso faz que o modelo tenha uma capacidade máxima de tração (CMT) de 210 toneladas.
De série, o modelo vem com controle de tração, hill-hold (assistente de partida em rampa), eixo traseiro com diferencial duplo, para-choque em aço com ângulo de ataque de 29º, proteção nos faróis, espelhos retrovisores reforçados e pino de reboque frontal com capacidade de 40 toneladas. Como opcional, a Scania oferece airbag no volante e airbag lateral de cortina. Ainda há a opção de bafômetro, que só libera a partida após testar que o motorista não ingeriu bebidas alcoólicas.
2 – Mercedes-Benz AROCS 8×4 – Até 45 toneladas
O AROCS é um velho amigo meu. Tive a oportunidade de conferir esse colosso de perto em ação. O AROCS, que custa acima de R$ 1 milhão, é um modelo 8×4 com capacidade de 45 toneladas líquidas, já o Peso Bruto Total chega a 58 toneladas. O AROCS é equipado atualmente (linha Euro 5) com motor Mercedes-Benz OM 460 LA de 13 litros e 510 cv que entrega 240 kgfm de torque. Mas se quiserem ver mais detalhes, segue o nosso vídeo com o modelo.
1 – Volvo FMX MAX 540 8×4 – Até 58 toneladas de PBT
Por último e não menos importante, temos o Volvo FMX MAX, modelo para operações pesadas para o mercado brasileiro. Com lançamento em 2021, o FMX MAX tem capacidade máxima de tração (CMT) de até 225 toneladas. E toda essa brutalidade se deve a parceria da Volvo Trucks com a Volvo CE, que desenvolveu os eixos traseiros com capacidade de carga vertical de 38 toneladas.
Os eixos da frente suportam 10 toneladas. Se por fora o modelo é bruto, por dentro a tecnologia não foi deixada de lado. Isso porque o modelo conta com painel 100% digital, central multimídia com opção de câmera lateral, sistema de GPS, rádio, espelhamento de celulares e outros recursos presente no volante multifuncional.
Voltando a parte mecânica, o FMX MAX é equipado com motor Volvo D13C de 13 litros de deslocamento e 540 cv. Ele entrega até 260 kgfm de torque. A caixa é a I-Shift ATO26asF + ASO-C (Super reduzida) com 13 velocidades à frente e 6 machas de ré. Para deixar esse monstrinho dentro do padrão de segurança da Volvo, ele conta com freios eletrônicos EBS de série. Como opcional, ele pode receber airbag, controle eletrônico de estabilidade, direção inteligente VDS, além de câmeras auxiliares para melhorar a visão na operação.