ESPECIAL EXPOSIBRAM
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Por Ricardo Lima
Durante a Exposibram 2025, a geologia econômica e a pesquisa mineral foram os temas do 21° painel, realizado no dia 29 e que reuniu representantes de empresas e entidades do setor para discutir caminhos para fortalecer a competitividade brasileira na exploração de minerais estratégicos, ampliar a previsibilidade regulatória e atrair investimentos para as etapas iniciais dos projetos.
Mediado por Rodrigo Martins, presidente da Comissão Brasileira de Recursos e Reservas (CBRR) e diretor geral da Foraco Brasil, o debate contou com as participações de Bernardo Viana, Sócio Diretor da GE21 Consultoria Mineral, Gláucia Cuchierato, Diretora-executiva da GeoAnsata, e João Luiz Nogueira, CEO da Geosol, que enfatizaram a necessidade de integração entre governo, setor privado e academia, transparência técnica, padronização de dados e capacitação profissional para sustentar o avanço do setor em um cenário global de transição energética.
Rodrigo Martins abriu a discussão situando o setor num cenário de mudanças rápidas nos mercados de commodities e questionou se o Brasil está preparado para “surfá-las”, ou seja, aproveitar o momento favorável. Ele chamou atenção para a volatilidade atual do mercado e para a necessidade de políticas e articulação institucional.
“Hoje a gente não vê mais ciclos, a gente vê picos e baixas, e commodities que vão e commodities que voltam”
Rodrigo Martins – Preisdente da CBRR
Ao lembrar da evolução recente do setor, destacou como a dinâmica de prioridades muda rapidamente: “Dois anos atrás, no Exposibram em Belém, falávamos muito mais de lítio do que de terras raras. Se voltarmos aos quatro anos, nem se falava de terras raras. Hoje a grande onda do lítio passou”, observou..
Gláucia Cuchierato apresentou dados que dimensionam a estrutura da atividade mineral no Brasil, destacando a ampliação de empresas listadas em bolsas internacionais e a necessidade de acelerar etapas dos projetos para atrair capital e fortalecer a competitividade nacional. “Hoje, a gente tem cerca de 40 mil titulares de processos ativos no Brasil”, afirmou, ao ressaltar a escala e o potencial do setor.
Ela também enfatizou a urgência de maior transparência técnica e integração de dados para reduzir prazos e aumentar a eficiência regulatória: “O futuro da mineração, especialmente em um contexto de transição energética, dependerá da nossa capacidade de acelerar o tempo entre descoberta e recuperação, de forma colaborativa e transparente”.
Comunicar Benefícios e Transparência
João Luiz Nogueira destacou a necessidade de melhorar a comunicação do setor para que a sociedade e o mercado financeiro entendam melhor seus benefícios, além de enfatizar a urgência em formar mão de obra qualificada para a transição tecnológica da mineração.
“Nós temos que melhorar a nossa comunicação, para deixar que os nossos benefícios sejam realmente plantados e cultivados.” Em sua visão, a mineração precisa perder a timidez, mostrar resultados concretos e articular universidades, empresas e associações para atrair talento e investimento de longo prazo.
Bernardo Viana fez um apelo técnico e institucional: investidores precisam de conforto e padrões claros para voltar a financiar a fase inicial de projetos, e a padronização de relatórios pode ser caminho para reduzir o risco percebido. “O investidor tem que estar confortável. E a forma mais clara, mais fácil de você dar conforto, é com transparência, materialidade e competência.”
Viana defendeu ainda incentivos fiscais que considerem o longo prazo dos projetos minerais e uma ANM com recursos e capacidade técnica para dar celeridade às decisões.












