O presidente da Bolívia, Luis Arce, propôs a criação de uma política para toda a América Latina sobre a exploração de lítio, metal estratégico para a transição energética considerando o seu uso em baterias de veículos elétricos.
A iniciativa em questão envolve a Argentina, a Bolívia, o Brasil e o Chile. O objetivo, de acordo com Arce, é estabelecer um cartel semelhante à OPEP a fim de aumentar o poder de barganha desses países.
“Devemos estar unidos no mercado, de forma soberana, com preços que beneficiem nossas economias. E um dos caminhos, já proposto pelo presidente (do México) Andrés Manuel López Obrador, é pensar em uma espécie de OPEP de lítio”, disse Arce.
- Leia também: China pode controlar 32% do lítio do mundo até 2025
Conforme destacou o presidente, é importante que esses países estejam unidos no mercado, com preços que beneficiem as economias locais. A Bolívia, que detém os maiores recursos de lítio do mundo, fechou um acordo com a chinesa CAT para extrair lítio em conjunto de suas salinas de Uyuni e Oruro.
Arce expressou preocupação com a interferência estrangeira no negócio do lítio, principalmente dos Estados Unidos. Diante disso, ele quer industrializar o lítio da Bolívia antes do fim de seu mandato em 2025.
Chile, Argentina e Bolívia já conversam sobre a criação de um cartel de lítio desde julho de 2022. Agora, as nações buscam integrar outros países latino-americanas com uma indústria incipiente de lítio, incluindo Brasil e México.
A proposta pode enfrentar a oposição de ambientalistas e grupos indígenas, além de obstáculos adicionais, como a posição monopolista da China no setor, temores dos investidores e a viabilidade política de longo prazo da ideia.
- Leia também: Ouro: Goldman Sachs eleva previsão de metal precioso