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por Fernando Moreira de Souza
A B3, bolsa de valores brasileira, firmou um contrato com a Agência Nacional de Mineração (ANM) com o objetivo de prestar serviços técnicos especializados voltados à realização de leilões eletrônicos de áreas destinadas à exploração mineral. A parceria visa modernizar o processo de concessão, ampliar a competitividade e fortalecer a transparência nas licitações do setor.
O acordo prevê a disponibilização de cerca de 105 mil áreas minerárias ao longo dos próximos cinco anos, por meio de um modelo estruturado que será operacionalizado integralmente pela B3. A responsabilidade da bolsa incluirá desde a análise da minuta dos editais, elaboração de manuais de procedimentos e suporte técnico, até a gestão de garantias financeiras, infraestrutura tecnológica e acompanhamento pós-leilão.
A estrutura contratual estabelece que todos os custos operacionais dos leilões serão arcados pelos participantes, isentando o orçamento público de despesas adicionais. Ao todo, estão previstos aproximadamente 15 certames ao longo do período, com lotes que podem alcançar 7 mil áreas cada.
De acordo com Guilherme Peixoto, superintendente de relacionamento e governança em licitações da B3, a iniciativa reforça o papel da empresa como agente de inovação em setores estratégicos da economia. “Contribuir para o avanço do setor mineral brasileiro é uma oportunidade alinhada ao nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável do país”, declarou.
Para o diretor da ANM, Caio Seabra, a cooperação com a B3 fortalece a credibilidade institucional da Agência, além de assegurar maior visibilidade e segurança jurídica aos processos de concessão de áreas minerárias. “Ao promovermos leilões de áreas indeferidas por razões legais, ganhamos governança, integridade processual e ampliamos o alcance à participação de agentes econômicos nacionais e internacionais”, avaliou Seabra.
A execução dos leilões contará com um sistema capaz de processar simultaneamente a oferta de 7 mil áreas. A B3 também ficará encarregada da geração de relatórios gerenciais e da integração dos dados com os sistemas digitais da ANM.
O escopo inclui: Organização e realização dos procedimentos de disponibilidade, Gestão financeira das garantias apresentadas pelos licitantes, Suporte técnico durante todas as etapas dos leilões e Monitoramento pós-evento e análise documental.
Além de viabilizar novos investimentos, a medida poderá acelerar o aproveitamento de jazidas de minerais considerados estratégicos para setores como energia, alimentos e indústria. Conforme destacou Seabra, a efetiva atuação da ANM é crucial para atender às demandas crescentes por matérias-primas, especialmente em um cenário internacional de intensificação da atividade mineral. Ele defende que a modernização dos processos, aliada a ampla divulgação e participação do mercado, é fundamental para expandir a capacidade produtiva do Brasil.
A parceria entre ANM e B3 é fruto de uma colaboração mais ampla que também envolve o Ministério de Minas e Energia. O objetivo conjunto é desenvolver soluções que tragam eficiência, legalidade e segurança regulatória aos processos de licitação mineral, impulsionando a atratividade do setor.