Fernando Fortuna
Além da promoção de tecnologias para mineração verde, a prioridade do MoU é a cooperação em 11 áreas, incluindo troca de experiências em regulamentação, uso sustentável de recursos minerais, pesquisa em minerais críticos como lítio e níquel. Ainda estão previstas iniciativas de reciclagem, desenvolvimento de cadeias de valor para tecnologias limpas e investimentos em logística e infraestrutura associadas ao setor. O acordo é o reflexo do alinhamento entre os dois países para fortalecimento da transição energética e a sustentabilidade ambiental na mineração.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o líder chinês no Palácio da Alvorada e reforçou que a cooperação vai além do comércio, abrangendo áreas emergentes como inteligência artificial, economia digital e proteção ambiental. Xi Jinping destacou a importância da relação entre os países ao enfatizar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, obtendo um recorde histórico de US$ 157 bilhões em comércio bilateral em 2023.
O acordo fortalece a posição dos dois países no cenário global de mineração sustentável e é parte das celebrações pelos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China. “Apesar da distância geográfica, Brasil e China cultivam uma amizade estratégica baseada em interesses compartilhados”, disse Lula ao destacar o papel dos dois países na construção de soluções para desafios globais como a sustentabilidade e a transição energética.
O presidente Lula destacou que durante a visita quase 40 atos internacionais foram assinados em áreas como comércio, agricultura, indústria, investimentos, ciência e tecnologia, comunicações, saúde, energia, cultura, educação e turismo. A parceria oficial entre os dois países é datada de mais de meio século e mantem uma relação profícua na coordenação de organismos internacionais, como Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial do Comércio (OMC), grupos como G20 e BRICS, entre outros.
Alinhado com as visões referendadas pelo lado chinês, Lula ressaltou ainda que o encontro fortalece ainda mais a parceria estratégica entre as nações, na defesa da reforma da governança global e em prol de um sistema internacional mais democrático, equitativo e ambientalmente sustentável.
SINERGIAS ENTRE BRASIL E CHINA
Xi Jinpin afirmou durante sua declaração que os dois maiores países em desenvolvimento, em seus respectivos hemisférios devem assumir proativamente a grande responsabilidade histórica de salvaguardar os interesses comuns dos países do Sul Global e de promover uma ordem internacional mais justa e equitativa. “Vamos aprofundar a cooperação em áreas prioritárias como economia e comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e produção ambiental. E reforçar a cooperação em áreas emergentes, como transição energética, economia digital, inteligência artificial e mineração verde”.
Também foram incluídos na pauta do encontro temas como sinergias entre políticas e programas de investimento e desenvolvimento dos dois países, bem como estreitamento de relações bilaterais e coordenação sobre tópicos regionais e multilaterais, como listou o presidente Lula. “Estabeleceremos sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana, e o Plano de Transformação Ecológica e a Iniciativa Cinturão e Rota”.