Por Ricardo Lima
A Vale concluiu a implementação de um sistema autônomo para a operação de três máquinas de pátio no Terminal da Ilha Guaíba (TIG), localizado em Mangaratiba, no estado do Rio de Janeiro. Com investimento de 10 milhões de dólares, a iniciativa marca um avanço significativo na automação de processos industriais, promovendo melhorias em segurança, desempenho e inclusão no ambiente de trabalho.
As máquinas, agora operadas de forma remota, atuam na movimentação do minério que chega pela ferrovia. Elas empilham o material no pátio e, posteriormente, o transferem para correias transportadoras que levam o minério até os navios de carga. Segundo a empresa, a substituição do método manual pelo sistema automatizado gerou um aumento de 12,3% na taxa de recuperação do material, impactando positivamente a capacidade produtiva do terminal portuário.
Automação como estratégia tecnológica
De acordo com Rafael Bittar, vice-presidente Técnico da Vale, o uso de tecnologia é parte essencial da estratégia da mineradora para tornar suas operações mais seguras e eficientes.
“Nossa produção é cada vez mais próxima da mineração do futuro, reduzindo a exposição das pessoas ao risco e aumentando a agilidade e a produtividade do negócio. A automação tem papel central nesta evolução e seguiremos investindo em tecnologia para aprimorar nossas operações e contribuir para que a mineração seja cada vez mais segura e sustentável”, explica.
A mudança operacional permitiu que os operadores deixassem de atuar diretamente dentro das máquinas. Agora, os empregados atuam em espaços administrativos, com melhores condições de trabalho, mais infraestrutura e contato direto com outras equipes, o que amplia as possibilidades de aprendizado e colaboração entre os setores.
Para Leandro Luiz Barbosa, diretor de Operações de Portos Sul da Vale, a transformação representa mais do que um ganho técnico.
“Antes, os empregados passavam a maior parte do turno na cabine das máquinas. Agora, trabalham em um ambiente administrativo, com menos exposição ao risco, mais infraestrutura e integração com outras equipes, podendo inclusive contribuir com outros processos”, afirma.
Inclusão no centro da transformação
Além dos avanços em produtividade e segurança, o sistema também abriu espaço para ações concretas de inclusão. Com a retirada da obrigatoriedade de operação presencial nas máquinas, empregados com deficiência passaram a poder atuar diretamente na operação das máquinas de pátio.
Thainá Viana, que há cerca de dez anos trabalha na área de operação de máquinas de pátio, destacou os impactos positivos da mudança.
“A questão da segurança é fundamental, mas também ganhamos muito por estar em um ambiente mais confortável e que permite a interação e convivência com outras pessoas. Isso melhora nossa rotina e amplia nossa possibilidade de aprendizado e crescimento”, destaca.
A empresa informou ainda que cerca de 70 colaboradores das áreas de operação e manutenção receberam capacitação para atuar com o novo sistema. Nenhum funcionário foi desligado em razão da mudança tecnológica, reforçando o compromisso da companhia com uma transição segura e responsável.