Promovido pela ABPM, a segunda edição do Simpósio do Ouro- Brasil 2023 e 2ª Feira de Mineração da Amazônia vai reunir em Belém de 16 a 18 de outubro, empresas de mineração, representantes do governo federal e estadual e especialistas para debaterem práticas sustentáveis na produção, refino e comercialização do ouro no país.
Considerado um ativo financeiro seguro da economia mundial, lastreando a estrutura monetária de diversos países, o ouro é uma reserva de valor e porto seguro em tempos de crise e instabilidade financeira. E, o Brasil com uma das maiores reservas de ouro do mundo, pode se transformar em um player global, se conseguir organizar sua produção e adotar padrões internacionais para garantir a origem sustentável do metal produzido no país.
Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2021, o valor da produção do metal no país chegou a R$ 24 bilhões, o que representa cerca de 7% da produção do setor mineral brasileiro. A tendência, segundo especialistas, é que nos próximos anos, com novos investimentos em pesquisa, novas minas e refinarias em operação, esse valor venha a aumentar, gerando novos empregos, receitas para estados e municípios e desenvolvimento regional.
DESAFIO É GARANTIR PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE
Entretanto, o grande desafio do país é garantir padrões de sustentabilidade em toda a cadeia do ouro, que vai desde a produção, refino e comercialização, que hoje sofre com a desconfiança internacional, causada pelas atividades ilícitas, sobretudo na região Norte, que tem um enorme potencial, mas sofre com a ilegalidade na extração do metal.
Para debater ações voltadas a uma mineração de ouro competitiva, responsável e comprometida com o meio ambiente, com as comunidades e que incorpore novas tecnologias, a Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM) realiza de 16 a 18 de outubro, em Belém, o Simpósio do Ouro – Brasil 2023 e a Feira de Mineração da Amazônia.
O Simpósio do Ouro vai reunir executivos das principais mineradoras de ouro do país, governos, especialistas e profissionais que atuam na cadeira produtiva do ouro para juntos debaterem aspectos regulatórios, tecnológicos, ambientais, iniciativas de governança, experiências e oportunidades de negócios.
“Entendemos que o seguimento do ouro no Brasil precisa de um olhar especial”, avalia Luís Maurício Azevedo, presidente da ABPM. Segundo Azevedo, os minerais críticos, essenciais para uma série de tecnologias de energia limpa, ganharam destaque nas políticas e na agenda de negócios nos últimos meses, incluindo o ouro.
“O rápido crescimento da demanda está oferecendo oportunidades para o setor, mas uma combinação de movimentos voláteis de preços, gargalos na cadeia de suprimentos e preocupações geopolíticas, criou se uma combinação de riscos para transições seguras e rápidas de energia limpa. Isso, de acordo com Azevedo desencadeou uma série de novas ações políticas em diferentes jurisdições para aumentar a diversidade e a confiabilidade dos suprimentos de minerais críticos. “Além disso a volatilidade do dólar frente outras moedas, faz muitos apontarem o ouro como melhor investimento durante as mudanças no ambiente econômico, explica Azevedo.
PRODUÇÃO RESPONSÁVEL
Diante desse cenário, segundo Azevedo, a ABPM mais uma vez vem oferecer a sociedade a oportunidade de debater a situação do país no contexto de uma produção responsável do ouro. “Vamos discutir novos projetos, o preço futuro, nova legislação e principalmente o futuro desta e de outras comodities minerais no cenário do atual governo,” destaca Azevedo.
Para Azevedo, é preciso debater práticas de negócios responsáveis ao longo de toda a cadeia de fornecimento de ouro e o evento será uma oportunidade de fazer esse debate, discutindo investimentos em pesquisa, descoberta de novas jazidas, abertura de novas minas, além de cases de empresas que atuam de maneira responsável.
O local escolhido para sediar o evento foi mais uma vez, o estado do Pará, um dos maiores produtores do ouro no país, ao lado de Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia e Goiás.
SEPARANDO O JOIO DO TRIGO
Um dos palestrantes confirmados para o evento é o CEO da North Star, Maurício Gaioti, empresa especializada no refino de metais preciosos, que inaugura no segundo semestre, em Belém, uma moderna unidade de refino com capacidade para processar 24 toneladas ao ano. A refinaria da North Star recebeu investimentos que somam R$ 50 milhões e está atualmente em fase de testes dos equipamentos importados da Itália que vai processar o ouro de mineradoras da região Norte.
Gaioti acredita que o simpósio será uma oportunidade para pessoas e entidades comprometidas com a legalidade da produção do ouro no país, que envolve questões sociais, ambientais e econômicas, mostrarem que esse seguimento não pode ser confundido com atividades ilegais que vem ocorrendo no país.
“É uma grande oportunidade para que possamos mostrar o alto grau de investimento, rigor de procedimentos e expertise que o país possui na produção, refino e comercialização de ouro”, avalia Gaioti.
O executivo destaca ainda que a primeira edição do Simpósio teve um público qualificado. “Foi um evento incrível, com público totalmente focado dentro desse ramo. A programação contará com agentes governamentais, além de representantes de mineradoras, players do mercado, a própria refinaria mostrou suas inovações em rastreabilidade e certificação, que são assuntos em pauta. As palestras tiveram pessoas com vivência, que respiram e vivem dentro do ramo do ouro.”
Gaioti avalia que Simpósio do ouro – Brasil 2023, ele representa um momento de separação do joio e do trigo. “A gente fala tanto sobre o que é o mercado legalizado do ouro e a diferença do que a extração ilegal. No Simpósio vamos mostrar que sim, existem empresas sérias, empresas totalmente alinhadas com os pilares ESG, empresas que, obviamente, querem ter lucro, querem ter resultado, mas que não canibalizam os seus valores éticos e morais e sua responsabilidade perante a sociedade. É um evento importante onde esses trigos terão voz, seja nos estandes da feira, nas palestras e participando do evento”, diz Gaioti.
O Simpósio do Ouro – Brasil 2023 e a 2ªFeira da Mineração da Amazônia, contam com o apoio de diversas instituições de governo, de entidades do setor e empresas de mineração, entre eles, Agência Nacional de Mineração, Ministério de Minas e Energia, Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Estado do Pará.
Para mais informações sobre o evento acesse: www.simposiodoouro.com.br