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Por Ricardo Lima
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) deu início neste mês a uma série de estudos no oeste de Minas Gerais para identificar áreas com presença de minerais estratégicos. Os trabalhos se concentram na chamada Província Ígnea do Alto Paranaíba e incluem a prospecção de elementos como terras raras (ETRs), fosfato, nióbio, titânio, alumínio, cobre, ouro e diamantes.
De acordo com o SGB, esses recursos são considerados críticos por sua aplicação em tecnologias emergentes — a exemplo de veículos elétricos, turbinas eólicas e equipamentos eletrônicos. As atividades integram o projeto “Geologia e Avaliação do Potencial Mineral da Província Ígnea do Alto Paranaíba”, parte do Programa Mineração Segura e Sustentável, no eixo Pesquisa Mineral do Novo PAC.
unidades geológicas com alto potencial mineral
As ações estão sendo conduzidas nos complexos alcalino-carbonatíticos de Serra Negra, Salitre I, II e III, Araxá e Tapira, além de unidades subvulcânicas e piroclásticas do Grupo Mata da Corda. Em algumas dessas formações, já foram identificadas condições favoráveis à presença de ETRs, especialmente em argilas iônicas oriundas de processos de intemperismo químico.
“Essas unidades geológicas são reconhecidas pelo elevado potencial mineral, incluindo a possível presença de ETRs em argilas iônicas formadas por intemperismo químico”, afirmou o pesquisador em geociências Paulo Dias.
Os dados obtidos durante os levantamentos irão subsidiar a formulação de políticas públicas e orientar investimentos do setor privado, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da mineração no Brasil.
Parceria técnica fortalece etapas da pesquisa
Como parte do avanço inicial do projeto, uma visita técnica foi promovida no Complexo Alcalino-Carbonatítico de Salitre, em colaboração com a empresa Mosaic. A atividade envolveu profissionais da unidade de Belo Horizonte do SGB e geólogos da Mosaic, que acompanharam a equipe durante a exploração de campo.
Durante a visita, foram apresentados testemunhos de sondagem e aspectos geológicos da área de mina e arredores. Além de fornecer subsídios importantes para o planejamento das próximas etapas investigativas com foco nos dados geofísicos e geoquímicos da área, a atividade foi fundamental para o alinhamento técnico e a padronização do conhecimento geológico da equipe do SGB.
As próximas fases do projeto preveem trabalhos adicionais em afloramentos, depósitos e minas vinculados ao Grupo Mata da Corda. Além disso, será realizada a caracterização estratigráfica e mineralógica a partir de testemunhos doados ao SGB.
Conforme informado, a iniciativa segue as diretrizes de planejamento estratégico do setor mineral e reforça os esforços do governo federal para promover uma mineração mais segura, sustentável e orientada por conhecimento técnico-científico.