A balança comercial do Pará é influenciada pelas exportações do setor de mineração. Os números são expressivos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o setor gera aproximadamente R$ 32 bilhões para os cofres do Estado. Foi um dos dados repassados durante o debate, desta terça-feira (29), sobre o tema “Soluções para Exportações na Mineração – FIEPA e APEX”, na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM 2023), que está sendo realizada em Belém, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia.
A informação do quantitativo de recursos oriundos do setor mineral foi revelada por Anderson Santos, gerente executivo do IBRAM Amazônia. Além dele, participaram da mesa de debates Fábio Pereira Flores, secretário executivo da Comissão de Assuntos Minerários da Ordem dos Advogados do Brasil, Cassandra Lobato, coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará -FIEPA, especialista em comércio exterior, e Marcos Vale, analista de investimento da ApexBrasil.
Sobre a relação do Pará com a área mineral, Cassandra Lobato ressaltou que o setor mineral pode ser o “motor” do desenvolvimento. “Isso sinaliza o nosso protagonismo”, afirmou.
“O quanto de riqueza e desenvolvimento que este setor traz. A força do setor para o nosso Estado. Temos uma capacidade humana elevada. Apoiamos o setor para que possamos alcançar outros horizontes, outros pensamentos. A mineração faz parte da história do nosso Estado”, considerou.
Fabio Flores, por sua vez, enfatizou a diversidade da produção do setor: “A mineração está em tudo. Estimulamos uma mineração adequada e sustentável. Ela é essencial e faz parte da nossa vida”.
Gargalos
Com relação aos gargalos da exportação do setor, o consenso entre os debatores foi que a falta de informação ou a informação deturpada pode levar à derrocada de investimentos nacionais e estrangeiros.
“O investidor quer segurança. Quer que chegue com um bom projeto. Precisa de informação clara. Um plano de negócio consistente e você consegue atrair o investidor”, declarou Cassandra. Ainda segundo ela, um erro de informação fornecida, por exemplo, por uma empresa, pode levar negócio ao fim.
Ouro
Representante da OAB, Fábio Flores também falou sobre dificuldades para a extração de ouro diante de entraves históricos na região. “A questão do ouro é complicada porque envolve áreas de conflito. Há uma mineradora no Pará com um grande projeto mas que está paralisado. E nós precisamos avançar na discussão da certificação desse ouro, para a produção ser compatível (com o interesse coletivo)”.