Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
por Fernando Moreira de Souza
De acordo com reportagem de Thyago Henrique, no Diário do Comércio, o projeto Bandeira, da mineradora Lithium Ionic, localizado no Vale do Jequitinhonha (MG), poderá receber a licença ambiental ainda em março. O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) avaliará o pedido no dia 28 deste mês. A informação foi confirmada pelo presidente e diretor do Conselho de Administração da empresa, Hélio Diniz, que espera um parecer favorável.
Inicialmente, a solicitação estava prevista para ser analisada em 28 de fevereiro, mas um pedido de vista por parte dos conselheiros adiou a decisão. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) já elaborou um relatório técnico recomendando a aprovação do projeto.
Investimentos e perspectivas para a produção
Com um orçamento estimado em US$ 266 milhões, o projeto Bandeira prevê mineração subterrânea de pegmatitos de lítio, uma unidade de beneficiamento mineral e infraestrutura para armazenamento e fornecimento de combustível. A mineração em Itinga abrangerá a maior parte dos mais de 40 milhões de toneladas de lítio identificadas, enquanto a extração em Araçuaí está prevista apenas para o 12º ou 13º ano de operação.
A expectativa da Lithium Ionic é iniciar a construção no primeiro semestre de 2025, concluí-la em dois anos e iniciar a produção no segundo semestre de 2027. Segundo Diniz, o projeto está sendo refinado, com possibilidade de reduzir a planta industrial, inicialmente estimada em US$ 105 milhões, tornando-a mais compacta. Essa mudança poderia diminuir o tempo de construção em cerca de um trimestre e reduzir o investimento total, que deve permanecer próximo dos US$ 200 milhões.
A mineração deverá gerar aproximadamente mil empregos diretos e ter capacidade para processar anualmente 1,3 milhão de toneladas de minério bruto, resultando na produção de cerca de 200 mil toneladas de concentrado de espodumênio. O material será utilizado na produção de carbonato ou hidróxido de lítio, essenciais para a fabricação de baterias.
Novos projetos e possíveis parcerias
Além do Bandeira, a Lithium Ionic desenvolve outros dois projetos em Minas Gerais: Outro Lado, em Itinga, e Baixa Grande, em Salinas. O projeto Outro Lado abriga uma pequena jazida subterrânea de cerca de três milhões de toneladas de lítio abaixo do rio Jequitinhonha. No entanto, por estar em uma área sensível, a mineração dependerá de autorização ambiental para avançar.
Já o projeto Baixa Grande segue em fase de exploração, com recursos identificados que superam 20 milhões de toneladas de lítio. Um estudo de viabilidade está previsto para os próximos 18 meses e definirá os próximos passos do empreendimento.
De acordo com Diniz, uma parceria com a Pilbara Minerals, proprietária do projeto Colina, vizinho ao Baixa Grande, poderia acelerar seu desenvolvimento. Apesar de não haver tratativas em andamento, o executivo destaca que, por serem jazidas contínuas, uma eventual associação entre as empresas faria sentido para otimizar os recursos e a operação.