Segundo matéria publicada pela Exame, a Vale e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciaram, nesta terça-feira (15), uma parceria estratégica para o desenvolvimento de soluções voltadas à mineração circular. O acordo, batizado de Collab Mineração Circular, prevê um investimento inicial de R$ 6 milhões e tem como meta alcançar 10% da produção de minério de ferro de fontes circulares até 2030.
A colaboração une esforços acadêmicos e empresariais para transformar rejeitos e resíduos da mineração em novas oportunidades de negócio, ao mesmo tempo em que promove práticas mais sustentáveis no setor. Abordagem da circularidade diminui a necessidade de novas extrações, promove eficiência energética e contribui para a descarbonização da indústria.
Economia circular como caminho para a descarbonização
Diferente do modelo linear tradicional — baseado em extrair, usar e descartar —, a mineração circular aposta na permanência dos materiais no ciclo produtivo pelo maior tempo possível. O setor mineral é responsável por até 7% das emissões globais de gases de efeito estufa e impõe riscos significativos às comunidades e ao meio ambiente, como a contaminação de água, solo e ar. Diante disso, iniciativas como essa buscam não apenas mitigar impactos, mas também gerar valor social e econômico a partir de soluções tecnológicas.
Segundo Gustavo Pimenta, presidente da Vale, a intenção é chegar a 10% da produção de ferro por meio de fontes circulares até o ano de 2030. De acordo com o presidente da mineradora, a parceria com a UFMG possibilitará expandir a implementação de práticas eficazes e estimular a participação de empresários da região.
Incubação de soluções e foco em inovação
Com foco na incubação e aceleração de projetos inovadores, o Collab Mineração Circular será hospedado em estruturas da UFMG, em colaboração com a Escola de Engenharia. De acordo com o vice-reitor Alessandro Moreira, a iniciativa fortalece a formação acadêmica ao aproximar estudantes de graduação, mestrado e doutorado de desafios reais da indústria.
Além disso, a proposta integra ações já em andamento pela Vale. Em 2024, a companhia ultrapassou 12,7 milhões de toneladas de minério de ferro oriundas de fontes circulares. Esses números fazem parte do programa Waste to Value, que reúne mais de 100 iniciativas voltadas ao reaproveitamento de resíduos.
No ano passado, os projetos do programa contribuíram para a redução de 23 mil toneladas de CO₂ equivalente. Outro destaque é a criação da empresa Agera, responsável por produtos como a Areia Sustentável — material derivado do tratamento de rejeitos, já utilizado em mais de 2 milhões de toneladas na fabricação de blocos para obras sociais e internas da própria mineradora.