Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
Por Ricardo Lima
A indústria da mineração segue em trajetória ascendente no Brasil. De janeiro a junho de 2025, o setor movimentou R$ 139,2 bilhões, registrando crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho positivo também se refletiu na criação de 5.085 novos postos de trabalho diretos, na elevação da arrecadação tributária e no avanço dos investimentos projetados para os próximos anos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e reforçam a importância estratégica do setor para a economia nacional.
A arrecadação total de tributos e encargos pagos pela mineração alcançou R$ 48 bilhões no 1º semestre, também com alta de 7,5% em comparação ao mesmo período de 2024. Apenas com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), o setor recolheu R$ 3,7 bilhões – sendo 69,4% desse total provenientes do minério de ferro. Minas Gerais e Pará lideram o recolhimento da CFEM, com 45,3% e 39,2%, respectivamente. Já o total acumulado de empregos diretos no setor chegou a 226 mil, consolidando a mineração como um dos principais empregadores da indústria brasileira.
Estados, arrecadação e expansão
Entre os estados, a Bahia apresentou o maior salto proporcional de faturamento, com alta de 32,6%, impulsionada pelo desempenho expressivo do ouro. A receita gerada pela produção desse minério saltou 80%, totalizando R$ 17,6 bilhões. Cobre (+63,2%) e bauxita (+21,3%) também contribuíram significativamente. No ranking estadual de participação no faturamento da mineração, Minas Gerais segue na liderança (39,7%), seguida pelo Pará (34,6%) e Bahia (4,8%).
Municípios como Parauapebas e Canaã dos Carajás, no Pará, e Conceição do Mato Dentro, Congonhas e Itabirito, em Minas Gerais, estão entre os maiores arrecadadores da CFEM no país. No entanto, muitos desses municípios apresentam Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) inferiores ao dos seus respectivos estados, evidenciando desafios na redistribuição e aplicação dos recursos gerados pela mineração.
O setor também projeta investimentos robustos: US$ 68,4 bilhões devem ser aplicados entre 2025 e 2029, alta de 6,6% em relação ao ciclo anterior. Os principais focos são o minério de ferro (28,7% do total), projetos socioambientais (16,6%), logística (15,9%) e terras raras (+49%), considerados estratégicos para a transição energética e tecnologias de ponta. O faturamento com minerais críticos no semestre foi de R$ 21,6 bilhões (+41,6%), com exportações que somaram US$ 3,64 bilhões.
Atualmente, mais de 2.700 municípios brasileiros possuem atividade minerária, sendo 54% deles diretamente impactados pelo setor. Minas Gerais lidera em número absoluto (486 municípios), enquanto o Espírito Santo possui o maior percentual de cidades com mineração (81%). Esse cenário reforça a capilaridade da atividade e sua relevância regional como motor de arrecadação, emprego e investimentos.