O faturamento da indústria de Minas Gerais saltou 0,2% em fevereiro deste ano, em comparação com janeiro, mantendo-se estável. O acumulado do primeiro bimestre de 2023 teve aumento de 11,6% em relação ao mesmo período de 2022, segundo a Pesquisa Indicadores Industriais (Index) realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A indústria de extração mineral apresentou alta de 20,9% em relação a janeiro, enquanto a indústria de transformação teve queda de 1,2% no período.
A economista da Fiemg, Julia Sliper, ouvida pelo Diário do Comércio, considera o desempenho da indústria de mineração no primeiro bimestre relativamente bom e com resultados majoritariamente melhores que no mesmo período do ano anterior.
Os setores automotivo e de construção civil são os mais afetados pela alta dos juros, que comprometem o acesso ao crédito, enquanto a inflação elevada prejudica a demanda da indústria.
Por outro lado, a ampliação das medidas de transferência de renda e os reajustes do salário mínimo podem ajudar na sustentação do consumo de bens industriais em 2023. A normalização das atividades na China também pode beneficiar setores relevantes da indústria mineira, como o extrativo mineral.
Extração mineral
O uso da capacidade instalada ficou estável em 80,6% em fevereiro de 2023, enquanto o indicador de horas trabalhadas na produção apresentou recuo de 1,8% em relação a janeiro, causado por maior ocorrência de férias coletivas. O aumento do emprego foi de 0,3% frente a janeiro, com crescimento do segmento de transformação em 0,4%.
A massa salarial real teve queda de 3,6% em relação a janeiro e 0,5% em relação a fevereiro de 2022, mas acumulou alta de 4,8% em 2023 e de 4,1% nos últimos 12 meses. O rendimento médio real também apresentou queda em relação a janeiro e fevereiro do ano anterior, mas o acumulado do primeiro bimestre de 2023 fechou com crescimento de 4,3%.
No comparativo entre os segmentos, a indústria extrativa mineral apresentou crescimento de 20,9% no faturamento real e de 23,6 p.p. na utilização da capacidade instalada em relação a janeiro, enquanto a indústria de transformação teve queda de 1,2% no faturamento e de 1,7 p.p. na utilização da capacidade instalada. O segmento de transformação apresentou leve alta de 0,4% no índice de empregos.