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O debate entre CEOs ocorreu em um painel durante o Lithium Business 2025, e discutiu estratégias para o fortalecimento da cadeia produtiva, o desenvolvimento sustentável e os entraves à verticalização da produção no Brasil. As falas dos líderes empresariais reforçaram tanto o potencial competitivo do Brasil no cenário global quanto os desafios locais para transformar recursos minerais em desenvolvimento econômico duradouro para comunidades locais.
Leandro Gobbo, Vice-presidente da PLS Brasil Gobbo defendeu que o sucesso do lítio no Brasil depende não apenas do potencial geológico, mas também da construção de políticas públicas sólidas e de um relacionamento genuíno com as comunidades locais.
“O Brasil tem uma vantagem real: consegue produzir com responsabilidade social e ambiental, tem boa geologia, capacidade técnica e uma posição geográfica estratégica. Isso nos dá um enorme potencial para ser um dos principais líderes da cadeia global do lítio”, afirmou.
“O Brasil tem uma vantagem real: consegue produzir com responsabilidade social e ambiental, tem boa geologia, capacidade técnica e uma posição geográfica estratégica. Isso nos dá um enorme potencial para ser um dos principais líderes da cadeia global do lítio”
Leandro Gobbo – Vice-presidente da PLS Brasil
“O Brasil tem uma vantagem real: consegue produzir com responsabilidade social e ambiental, tem boa geologia, capacidade técnica e uma posição geográfica estratégica. Isso nos dá um enorme potencial para ser um dos principais líderes da cadeia global do lítio”, afirmou.
O executivo acredita que para transformar o Brasil em uma potência no setor de mineração exige a criação de condições concretas para “atrair e manter investimentos.”
Verticalização e visão internacional
Fabiano Costa, da AMG Brasil, reforçou a importância de considerar não apenas os objetivos financeiros, mas também as metas estratégicas de longo prazo. “A gente fica tão ligado no objetivo financeiro e, na realidade, existem outros objetivos que devem ser considerados”, disse. Ele citou a decisão da AMG de revisar sua planta de engenharia para ampliar a atuação na cadeia, com foco na produção de compostos técnicos no Brasil. Fabiano também rejeitou a viabilidade do sulfato de lítio, classificando-o como ineficiente do ponto de vista ambiental e estratégico.
Representando a CEO da Sigma Lithium, Lígia Pinto, Vice-presidente de Relações Institucionais da companhia avaliou o momento de instabilidade do mercado e o impacto dos preços do lítio nas empresas que atuam na região. “Quarenta por cento das empresas de lítio estão operando no break even ou abaixo dele”, afirmou. Apesar disso, ela ressaltou a posição estratégica do Brasil no cenário global, mas alertou que a cadeia ainda enfrenta barreiras para agregar valor internamente.

Vinícius Alvarenga, diretor da Companhia Brasileira de Lítio, afirmou que nenhum país avançou na verticalização da cadeia do lítio sem apoio estatal robusto. “Nós não temos nada no Brasil a respeito, nada relevante”, pontuou. Segundo ele, a criação de demanda — especialmente por veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia — é fundamental para atrair o restante da cadeia produtiva. Alvarenga também defendeu uma visão mais positiva sobre a mineração no Vale: “A mineração é que gerou essa condição aqui”, disse, referindo-se a avanços em infraestrutura e serviços públicos.
Blake Hylands, CEO da Lithium Ionic, trouxe o olhar internacional sobre o potencial do Brasil e da região do Vale do Jequitinhonha. “O Brasil tem algumas das melhores rochas do mundo”, afirmou, destacando também a infraestrutura e a força de trabalho como ativos importantes. Hylands ressaltou que investidores internacionais estão atentos ao que acontece na região, mas ponderou que o país precisa garantir estabilidade jurídica e regulatória para atrair capital. Segundo ele, o Brasil tem a chance de se consolidar como líder global na transição energética.