Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
Por Ricardo Lima
Uma cultura organizacional forte que privilegia trabalho em equipe, compromisso social e ambiental. Lideranças jovens que inspiram confiança pela clareza nas decisões e o desejo de construir um legado para futura gerações. Essas são algumas das impressões que a australiana PLS deixou durante o Lithium Business. O evento reuniu em Araçuaí (MG) executivos, autoridades, academia e especialistas para debater oportunidades e desafios do país na cadeia global da indústria do lítio.
No painel de CEOs, o vice-presidente da PLS Brasil, Leandro Gobbo mostrou que a companhia chegou ao Brasil para liderar um movimento que contribui para melhorar a imagem que a sociedade brasileira tem da mineração.
Ele reforçou o desejo da companhia em contribuir o desenvolvimento das comunidades locais. E o desejo de construir um legado para futuras gerações, com dialogo transparente e ações concretas.
“Quando começamos as atividades em Salinas, construímos nosso centro comunitário e levamos crianças e adolescentes para entender o que é uma mina, com transparência. Queremos provocar uma mudança geracional.”

Gobbo destacou que a parceria com as comunidades vai além da presença da empresa. “A PLS tem uma política ativa de incentivo a fornecedores locais.”
Essa parceria com as comunidades, segundo ele, vai além da presença da empresa. A PLS tem uma política ativa de incentivo a fornecedores locais e está atuando para ajudar prestadores de serviço informais a se organizarem como empresas, com apoio de instituições como o Sistema S, da Fiemg. “Não queremos que dependam da gente. Queremos empresas autônomas, sustentáveis, capazes de atender qualquer cliente. Isso exige tempo, investimento e parceria com o poder público, mas é possível.”
O executivo avalia que o Brasil tem uma vantagem real: consegue produzir com responsabilidade social e ambiental, tem boa geologia, capacidade técnica e uma posição geográfica estratégica. “Isso nos dá um enorme potencial para ser um dos principais líderes da cadeia global do lítio.”
“Desde o início, deixamos claro que faríamos o certo pela comunidade. E isso não é discurso. É ação com métricas, com análise de resultados. Só assim conseguimos garantir que o que estamos fazendo está, de fato, gerando impacto positivo.”
Leandro Gobbo – Vice-presidente da PLS no Brasil
Ao final, Leandro ressaltou que o compromisso da PLS com o território é permanente. “Desde o início, deixamos claro que faríamos o certo pela comunidade. E isso não é discurso. É ação com métricas, com análise de resultados. Só assim conseguimos garantir que o que estamos fazendo está, de fato, gerando impacto positivo.”
Projeto Colina evoluiu em recursos e qualidade da mineralização
O diretor de Exploração da PLS, Pedro Fonseca, apresentou a palestra “Exploração mineral do Projeto Colina: da descoberta à expansão de recursos”. Ele compartilhou a evolução do projeto desde a descoberta dos primeiros afloramentos em 2019 até os avanços mais recentes no desenvolvimento da jazida. Atualmente, o Projeto Colina soma 77,7 milhões de toneladas com teor médio de 1,24% de Li₂O, com 95% dos recursos classificados no padrão internacional JORC.

Diretor de Exploração Pedro Fonseca falou sobre evolução do projeto Colina.
Fonseca destacou a qualidade do material identificado ainda nas fases iniciais de estudo. “Naquela época o projeto não tinha nada que chamasse atenção em termos de dimensão, mas a qualidade do pegmatito chamou muito a nossa atenção”, relembrou.
Ele também falou sobre a retomada dos trabalhos em 2021 e o crescimento expressivo das estimativas ao longo dos anos, fruto do trabalho técnico e do investimento contínuo em exploração.
Mulheres têm papel fundamental na indústria da mineração
A diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da PLS moderou painel “Economia, tecnologia, estratégia e a transversalidade das mulheres no ambiente da mineração” e destacou desafios, avanços e propostas para a inclusão feminina no setor. A executiva apresentou dados atualizados sobre a participação feminina no setor. Segundo ela, o Brasil supera a média global de presença de mulheres na mineração, com 23% de força de trabalho feminina contra 17% no mundo.
No entanto, ela comentou que chama atenção a queda na participação das mulheres em conselhos de administração, que passou de 27% em 2023 para 11% em 2024. “Nós tivemos uma queda no topo da cadeia. E quando falamos em criação de comitês de diversidade, não estamos falando somente de mulheres, mas de toda a cadeia, incluindo LGBTQIA+ e pessoas negras”, destacou.

Marisa Cesar moderou painéis que debateram temas relevantes para a indústria do lítio no Brasil
Legado positivo nasce da interação com comunidades
Marisa César também moderou painel que trouxe à tona a importância da escuta ativa, capacitação profissional e fortalecimento territorial. Em um contexto de transição energética o debate reforçou a necessidade de um modelo que integre comunidades, governos e empresas, com respeito à cultura local e ênfase em projetos de longo prazo capazes de deixarem um legado positivo.
Marisa comentou a importância de escuta qualificada e estrutura institucional para transformar demandas em políticas efetivas. “É um processo complexo, mas essencial”, afirmou, destacando que escutar significa entender que uma comunidade não é homogênea, mas composta por indivíduos com necessidades diversas e, por vezes, conflitantes.
Para ela, o planejamento de um legado só é possível com a integração entre escuta ativa e planejamento multissetorial. Marisa avalia que iniciativas como conselhos participativos e diálogos comunitários são fundamentais para construir relações duradouras entre empresas, comunidades e o poder público. “É preciso trabalhar com a expectativa da população e alinhar isso com a capacidade real de entrega dos empreendimentos.”
Parceria com comunidade e compensação ambiental
O estande da PLS no Lithium Business foi outro destaque do evento. O espaço reuniu estudantes, moradores que foram conhecer o trabalho da empresa. Com óculos de realidade virtual eles puderam conhecer como será a futura mina, localizada a cerca de 20 km de Salinas.

Estande da PLS recebeu centenas de alunos para conhecer o projeto da empresa
“Foi uma experiência incrível”, disse a estudante Marcela dos Santos. “ Eu tinha ouvido falar da PLS, mas não imaginava como seria a mina,” comentou João Henrique, estudante do Instituo Federal Norte de Minas.
Vitor Sandim, coordenador de Comunidade e Relações Institucionais da PLS apresentou no estande apalestra “Mineração e Meio Ambiente”. Com uma abordagem próxima e transparente, ele falou sobre a importância de construir uma relação de confiança com as comunidades e de levar informação técnica de forma clara e acessível. A apresentação foi feita para moradores da região, alunos do ensino médio da rede estadual e estudantes de cursos técnicos de mineração.

Vitor abordou de forma direta algumas das dúvidas mais comuns da população: a mineração vai rachar casas? Vai contaminar o ar ou a água? Vai deixar buracos?
Com base em leis ambientais, dados técnicos e práticas adotadas pela empresa, ele explicou como a mineração de lítio funciona, seus diferenciais em relação a outros tipos de extração mineral e os cuidados para evitar impactos. Também apresentou o conceito de letramento minerário e ambiental como ferramenta de aproximação e diálogo.
“Você sentar com a comunidade e levantar todas as questões e principais dúvidas é um sinal de respeito. É preciso esclarecer com base técnica, ser claro, passar todas as informações que ela precisa, porque a comunidade percebe quando a mineração quer esconder algo. A gente precisa falar a linguagem deles e dar todos os instrumentos para criarmos uma amizade e um engajamento. Levar essa informação e se aproximar: esse é o grande objetivo”.
Ao combinar escuta ativa, compromisso socioambiental e investimentos de longo prazo, a PLS mostra que quer mais do que explorar o subsolo do Brasil: quer fazer parte da transformação do território. E, para isso, aposta em diálogo, inovação e uma nova geração de líderes capazes de repensar o papel da mineração no país.
O time que não esteve no evento porque estava em no campo e no escritório de BH, também foi lembrando. “São pessoas que fazem realmente a diferença,”