O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou que a indústria de lítio do país será nacionalizada. De acordo com o presidente, o objetivo é transformar a indústria de lítio do país em um pilar da economia nacional. Ao mesmo tempo, o governo quer proteger o meio ambiente.
A medida incluirá a criação de uma empresa nacional de lítio, que será responsável por transformar a indústria em uma parceria público-privada controlada pelo Estado.
A Codelco, maior produtora mundial de cobre, será encarregada de firmar parcerias com novas empresas para a nacionalização da indústria. Enquanto isso, as mineradoras de lítio Albemarle e SQM continuarão a operar até que seus contratos expirem, e espera-se que estejam abertas a negociar com o Estado antes do fim de seus contratos.
“Esta é uma oportunidade de crescimento econômico que será difícil de superar no curto prazo (…) Não podemos desperdiçá-la”, disse Boric.
Lítio no Chile
O contrato de Albemarle termina em 2043 e o de SQM em 2030. A futura emissão de licenças para exploração e extração de lítio será feita apenas como parcerias público-privadas com controle estatal.
A aplicação da tecnologia de extração direta de lítio (DLE) é uma das medidas que serão tomadas para minimizar os impactos ambientais.
A decisão do Chile de nacionalizar sua indústria de lítio segue a do México no ano passado e aumenta a pressão sobre os fabricantes de veículos elétricos, que lutam para garantir o fornecimento do metal para baterias.
Conforme noticiou o Minera Brasil, a Argentina, o Chile, o Bolívia e o Brasil estão explorando a criação de uma “OPEP” de lítio. A ideia é expandir a capacidade de processamento da América do Sul. Atualmente, o Chile gera cerca de 30% da oferta mundial de lítio e planeja dobrar a produção até 2025. De acordo com estimativas, a demanda global por lítio deve quadruplicar até 2030.