por Fernando Moreira de Souza
Durante o Fertilizer Latino Americano 2025, que ocorreu de 26 a 29 de janeiro no Rio de Janeiro, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançou o Programa de Atração de Investimentos do Setor de Fertilizantes – Invest in Brazil Fertilizers. O intuito do programa é reduzir a dependência externa de fertilizantes, identificando projetos estratégicos em diversas regiões do país para captar investimentos internacionais.
Carlos Padilla, coordenador da gerência de Investimentos da ApexBrasil, destacou a evolução na estratégia da Agência, que agora adota uma abordagem global e de longo prazo. Ele enfatizou que a ApexBrasil deixou de se concentrar em eventos isolados para se tornar uma facilitadora integrada de investimentos internacionais.
José Polidoro, assessor do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), sublinhou a relevância da ApexBrasil na transformação do setor. “Estamos tratando de uma área que demanda investimentos significativos. O Brasil possui excelentes projetos que necessitam de visibilidade, e este evento atraiu grandes empresas globais para conhecer a realidade do país”, afirmou.
A presença de especialistas de estados como Amazonas, Minas Gerais e Rio de Janeiro também foi notável, apresentando oportunidades regionais. Ronney Peixoto, secretário de Estado de Energia, Mineração e Gás do Amazonas, comentou sobre o potencial do estado para receber investimentos estrangeiros, especialmente em fosfato. “A ApexBrasil tem a expertise necessária para nos colocar em contato com investidores”, ressaltou.
Adriano Espeschit, presidente da Potássio do Brasil, destacou a importância da conexão com a ApexBrasil para fortalecer a segurança alimentar no Brasil e no mundo. A empresa, subsidiária da canadense Brazil Potash, é especializada na mineração de potássio, onde a necessidade de importação é de 98%.
A Brazil Potash já definiu a Amazônia e o Norte do país como foco de seus investimentos. Com sede em Toronto e escritório em Manaus, a empresa possui uma filial em Autazes, onde está em desenvolvimento uma ampla mina de cloreto de potássio. O projeto, que já possui licenciamento e está em fase de implementação, pretende produzir potássio em até cinco anos. Com um investimento estimado em US$ 2,5 bilhões, espera-se que a empresa se torne o maior produtor de potássio do Brasil, com uma capacidade de 2,2 milhões de toneladas por ano, reduzindo em 20% as importações do produto, podendo triplicar essa produção a longo prazo e diminuir a importação em cerca de 50%.
Além disso, a multinacional israelense Haifa escolheu Uberlândia, em Minas Gerais, para estabelecer sua primeira fábrica no Brasil, atraída pela localização estratégica em relação aos estados com maior demanda por fertilizantes. Giuliana Feldman, diretora-geral da companhia para a América do Sul, afirmou que a empresa não se limitará a ser um ponto de exportação e importação, mas se tornará uma fabricante no Brasil. A Haifa também foi convidada pela ApexBrasil e pelo Mapa a patrocinar o projeto do Centro Nacional de Excelência em Fertilizantes, que será localizado no Rio de Janeiro.