por Fernando Moreira de Souza
A BHP, líder global no setor de mineração, está finalizando contratos com distribuidores no Brasil para escoar o potássio extraído de sua mina em desenvolvimento no Canadá. O objetivo é assegurar demanda para o produto, proveniente da mina canadense que, ao atingir sua capacidade máxima em 2031, se tornará a maior do mundo no segmento, com produção anual de 8,5 milhões de toneladas.
No Brasil, a empresa australiana mantém uma joint venture com a Vale na Samarco e já adquiriu ativos de ouro da Oz Minerals, posteriormente vendidos à GMining no final de 2022.
O projeto Jansen, que dá nome à mina no Canadá, representa a estreia da BHP no mercado de potássio. A presidente da operação destacou que o empreendimento foi planejado por cerca de 15 anos antes de ser concretizado. A primeira fase, Jansen I, foi aprovada em 2021, quando ficou evidente que o setor de fertilizantes, embora dominado por grandes players globais como a Rússia, ainda oferecia oportunidades de expansão.
A mina está situada em Saskatoon, na província de Saskatchewan, e foi dividida em duas etapas devido à sua magnitude. Em 2023, a fase Jansen II recebeu aval. O investimento total no projeto é estimado em US12 bilhões, sendo US 6 bilhões alocados atualmente para Jansen I e US$ 4,9 bilhões destinados à segunda etapa. O restante cobre custos com estudos e despesas iniciais.
A estratégia da BHP com o projeto Jansen inclui diversificar suas operações e ampliar a oferta de insumos para importadores. Segundo a empresa, a diversificação e o potencial de contribuir para a segurança alimentar foram fatores decisivos para a aprovação do conselho.
Além disso, o cenário de mudanças climáticas, com secas e chuvas cada vez mais extremas e irregulares, tem impactado a qualidade do solo, aumentando a necessidade de correção por meio da fertilização. Isso reforça a relevância do potássio como insumo essencial para a agricultura global.